Há uma grande inquietação da população em relação ao desfecho da Operação Calvário, o maior escândalo de corrupção da história da Paraíba. Fato.
O escândalo, o desfecho da investigação e a responsabilização à altura dos criminosos, viraram um desafio não apenas para o Gaeco do Ministério Público, mas para o Poder Judiciário da Paraíba.
Uma coisa é certa, a Orcrim operou em contratos da Cruz Vermelha na gestão de hospitais na Paraíba, resultando desvios de recursos, superfaturamento, corrupção, peculato, propina a agentes públicos e abastecendo campanhas milionárias na Paraíba.
Com os acordos de delação assinados por Leandro Nunes de Azevedo, Maria Laura Caldas Almeida Carneiro e Livânia Farias, outro ponto é inconteste : as delações revelam outros diversos esquemas de corrupção, não só no Governo do Estado, mas desde a Prefeitura de João Pessoa , exemplo do escândalo do Propinoduto.
Mas há um detalhe que estão esquecendo. O Gaeco investiga, colhe provas, comprova as informações das delações, e daí passa a depender da Justiça, quem realmente tem competência para determinar interceptações, busca e a preensão, quebra de sigilo bancário e fiscal, e prisões preventivas ou temporárias.
Existem dois momentos que devemos estar atentos, quanto a responsabilidade e a expectativa de quem está em investigações complexas e graves como a Calvário. Primeiro é o trabalho de campo para comprovar as revelações das delações, e o segundo é a espera pelos despachos dos pedidos formulados à Justiça.
Daí a convicção de se afirmar :
“ÊXITO E RESPONSABILIDADE DA OPERAÇÃO CALVÁRIO NÃO REPOUSAM APENAS SOBRE OS OMBROS DO GAECO/MP MAS ESSENCIALMENTE NAS MÃOS DA JUSTIÇA DA PARAÍBA”.
Marcelo José
Jornalista e advogado