O ministro da Justiça, Sérgio Moro, já recebeu em seu gabinete relatórios com irregularidades da Cruz Vermelha Brasileira na gestão do Hospital de Trauma da Capital, objeto de investigação da Operação Calvário.
Um dos relatórios consta do acórdão do TCE/PB que aponta as irregularidades na gestão da Cruz Vermelha no Hospital de Trauma e imputando devolução de R$ 9 milhões referente ao exercício de 2013.
A Cruz Vermelha Brasileira é alvo da Operação Calvário que já realizou quatro fases com mandados de prisão de 14 pessoas, e mais de 50 mandados de busca e apreensão, nos estados do Rio de Janeiro, Paraíba e Goiás.
Na Paraíba a Cruz Vermelha Brasileira faturou mais de R$ 1,1 bilhão e era responsável pela gestão do Hospital de Emergência e Trauma da Capital.
A Operação Calvário também cita o IPCEP que na Paraíba administrava o Hospital Metropolitano de Santa Rita e o Hospital Geral da cidade de Mamanguape.
As investigações apontam que a Cruz Vermelha contratava empresas por valores superfaturados, sem necessidade e sem comprovação dos serviços, com o objetivo de pagar às empresas e receber parte dos recursos de volta para dividir entre os líderes da Organização, bancar campanhas políticas e repassar propina a agentes públicos que contribuem para manutenção do contratos.
A primeira fase da Operação Calvário foi deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, dia 14 de dezembro de 2018. As outras três fases ocorreram na Paraíba e resultaram na prisão de três pessoas, a ex-secretária de Administração do Governo do Estado, Livânia Farias, e os operadores para recebimento e pagamento de propina, ex-servidores do estado, Leandro Nunes de Azevedo e Maria Laura Carneiro.
A Operação Calvário abalou a classe política da Paraíba sendo o maior escândalo de corrupção da história da Paraíba. Após a eleição do Ministério Público da Paraíba, em que o procurador-geral de justiça, Seráphico da Nóbrega recebeu 90% de votantes, e foi nomeado para novo biênio a frente do MP, as atenções se voltam para o desfecho de novas investigações a partir do trabalho do Gaeco e da delação premiada de envolvidos.