Principal responsável pelo desembarque da Cruz Vermelha Brasileira na Paraíba, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), está recluso, isolado e acompanhado só por dois seguranças. O chefe do projeto Girassol assiste o calvário dos seus fiéis ex-auxiliares, recolhido em sua mansão no Bosque das Orquídeas.
Antes mesmo de chegar ao Palácio da Redenção, Ricardo Coutinho, já estava sendo beneficiado pela família dos diretores da Cruz Vermelha Brasileira. Jaime Gomes da Silva, tio de Daniel Gomes da Silva, doou à época R$ 300 mil para reforçar a campanha e dá uma forcinha para o socialista assumir o Governo.
Daniel Gomes da Silva está preso, desde a Operação Calvário, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, em 14 de dezembro do ano passado, acusado de ser o chefe de uma Organização Criminosa que desviava recursos públicos da saúde, através de contratação de empresas prestadoras de serviços em hospitais.
Após ser beneficiado com a doação dos R$ 300 mil, ser eleito governador, e passar a ocupar o Palácio da Redenção, Ricardo Coutinho acelerou a contratação da Cruz Vermelha Brasileira pelo Governo do Estado da Paraíba. Em vez de encaminhar um projeto para a Assembleia, ele editou Medida Provisória, instrumento que tem força de lei que regulamentou a gestão pactuada e antecipou a vinda da Cruz Vermelha para gerir o Hospital de Trauma da Capital.
O ex-governador saiu o cargo, mas não do Governo, pois deixou suas digitais, e todos os seus fiéis ex-auxiliares em postos estratégicos na gestão de João Azevedo. Apesar de mostrar força, o ex-governador não goza da força da caneta, nem do foro privilegiado. Na meteorologia política a informação é preciosa, mas talvez não seja, quando os “vazamentos” indicam que a barragem já vai estourar.