O Partido dos Trabalhadores não quer que a população brasileira seja medicada com cloroquina para tratar pacientes com coronavírus. Primeiro o PT ingressou com uma ação pedindo para o Supremo Tribunal Federal proibir o presidente da República Jair Bolsonaro de falar e estimular a população a usar o medicamento, e agora recorreu ao TCU -Tribunal de Contas da União – para suspender imediatamente o uso de cloroquina no tratamento da covid-19.
O pedido tem por objetivo suspender a medida adotada pelo Governo Federal que através de protocolo recomenda , após ser prescrito por um médico, o medicamento possa ser utilizado para curar pessoas com covid-19, desde o início da doença.
O pedido consta de uma representação assinada por senadores do Partido dos Trabalhadores protocolizada na última quarta-feira, dia 20, junto à presidência do Tribunal de Contas da União. O objetivo é conseguir uma cautelar para suspender o protocolo em que o Governo Federal recomenda que, prescrito por um médico, o medicamento cloroquina possa ser utilizado para curar pacientes com covid-19.
Assinam a representação senadores do PT, entre os quais Humberto Costa (PT/PE), Jaques Vagner (PT/BA), Rogério Carvalho (PT/SE) Jean Paul Terra (PT/RN), Paulo Paim (PT/RS), e Paulo Roberto (PT/PA).
“Em 20 de maio de 2020, a comunidade acadêmica nacional acordou sobressaltada com o anúncio do Ministério da Saúde (MS), por intermédio do Ministro de Estado interino Eduardo Pazuello, da alteração do protocolo para tratamento da Covid-19 passando a recomendar o uso de hidroxicloroquina nas fases iniciais da doença”, informa a representação
“Conforme o documento contendo a orientação para tratamento de Covid-19 divulgado por reportagem do jornal Metropoles, de 20/05/2019, passa a ser orientação de tratamento desde sinais e sintomas leves, “Cloroquina D1: 450mg 12/12h D2 ao D5: 450mg 24/24h + Azitromicina 500mg 1x ao dia, durante 5 dias Ou Sulfato de Hidroxicloroquina D1: 400mg 12/12h D2 ao D5: 400mg 24/24h + Azitromicina 500mg 1x ao dia, durante 5 dias”, acrescenta.
“O próprio documento registra, na primeira nota que, “Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o benefício inequívoco dessas medicações para o tratamento da COVID-19″, diz a representação.
“Para além disso, é questionável a insistência do Presidente da República no uso deste medicamento em específico, quando no mundo inteiro o uso da cloroquina como tratamento principal para Covid-19 não é sequer um debate”, questiona.
“Registra-se ainda que não só o governo brasileiro tem insistido que os pacientes se tratem com cloroquina como tem ele mesmo trabalhado para viabilizar o aumento da produção do medicamento – que é recomendado para malária – através do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército”, argumentam o senadores na representação
“Não obstante, pelo mesmo embasamento e justificação, se requer, seja CAUTELARMENTE suspenso o Protocolo aqui combatido, ante a explícita falta de fundamentação Científica e de comprovação documental de respeito ao procedimento e parâmetros estabelecidos na Lei nº 8.080/90; ou, a sua suspensão Cautelar, até que seja apresentada pelo Ministério da Saúde prova que tais procedimentos foram seguidos”, requerem os senadores.