Servidores do Hospital Edson Ramalho encaminharam ao Blog uma carta em que relatam a situação de violação aos seus direitos laborais, sobretudo dos profissionais da saúde que estão na linha de frente no enfrentamento ao novo coronavírus.
Segundo o relato muitos servidores que não têm matrícula, nem contrato, e portanto estão numa situação de vulnerabilidade, chamados de “codificados” e por isso não recebem férias, nem décimo terceiro salário. Os vencimentos são pagos em duas datas, uma parte até o dia 5 de cada mês , e o restante é efetivado depois do dia 20.
A carta ainda se refere a descontos nos salários de R$ 50 a R$ 150 , e são informados que no próximo mês será compensado o valor mas isso não acontece. Segundo os servidores a informação é que há contingenciamento de recursos devido a crise.
A carta também cobra do Governo EPIs , revela preocupação pelo fato de o Hospital ter pacientes de covid-19 e de outras doenças, o que coloca sob risco de contaminação quem está internado por outro problema que não seja por coronavírus.
Os pedem por fim ao secretário de Saúde, ao governador do estado, e ao Ministério Público do Trabalho, que tomem providências para valorização dos profissionais de saúde do Edson Ramalho.
VEJA A CARTA :
Caro jornalista.
Nós trabalhamos no Hospital General Edson Ramalho e gostaríamos que publicasse essa carta para alertar as autoridades de nosso estado sobre nossa situação.
.Existe desvalorização dos profissionais da área da saúde, pois os salários são pagos de 2 vezes, uma parte paga até o dia 5, e o restante depois do dia 20, praticamente 1 salario mínimo, e há meses consecutivos descontos de 50 a 100 a 150 , pra quem já ganha pouco faz falta. Quando vamos ao RH falam que vem no próximo mês e isso não tá certo!
Falta de EPIs equipamentos de proteção individual. Pacientes com a covid 19 confirmado sendo internado no Hospital e outros pacientes em internação de área limpa. Ou seja pessoas tratando outras patologias estão correndo o risco de serem contaminadas por via de infecção hospitalar, que o paciente adquiri na instituição.
Profissionais de enfermagem na lista que testaram positivo para a doença não tiveram o afastamento de 14 dias, ou seja e dai o grande motivo de profissionais da saúde estarem se contaminando. Servidores foram ate a direção e eles falam se tiver achando ruim entregar a escala tem 1000 pra entrar. Isso dói na alma, profissionais com mais de 10 anos de instituição ser tratado dessa maneira pela gestão atual.
E a máscara N95 que é de proteção para o profissional no combate da linha de frente e dada 1 para 7 plantões, protocolo totalmente fora dos padrões de higienização.
O Blog – Para levar as reclamações e solicitações dos servidores ás autoridades, o Blog publica a carta, sem prejuízo de resposta e versão da gestão do Hospital, do Comando da Polícia Militar, do Secretário de Saúde e do governador do estado João Azevedo.