Deputados do PSB – Partido Socialista Brasileiro – apresentaram nesta quarta-feira, dia 29, pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Alegam que o presidente cometeu crimes de responsabilidade, contra a democracia, as instituições, relacionados a pandemia e nunca portou-se à altura do cargo.
Será mesmo que os deputados socialistas já se perguntaram se Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba, se portou à altura do cargo, flagrado pela investigação da Força-Tarefa da Operação Calvário, tramando e desviando recursos da saúde dos paraibanos ?
Talvez esqueceram os deputados e os dirigentes do PSB de resolverem primeiro na cozinha socialista do caso do filiado que foi preso e apontado como o chefe da organização criminosa responsável pelo maior escândalo de corrupção da história da Paraíba.
O ex-governador Ricardo Coutinho, pelo contrário, foi homenageado com a presidência da Fundação João Mangabeira, órgão do PSB nacional, onde, segundo consta em ação popular, recebe mais de R$ 32 mil mensais, com dinheiro do contribuinte.
Talvez até os fundamentos dos deputados sejam fortes, porém, o partido é fraco. Como apontar os erros nos adversários se em casa tem um ex-governador preso e apontado chefe da organização criminosa que desviou, até agora, mais de R$ 134 milhões dos cofres da Paraíba.
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Deputados do PSB apresentaram, na tarde desta quarta-feira (29), pedido de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro.
O documento aponta 11 crimes de responsabilidade cometidos pelo chefe do Executivo. Entre esses crimes estão aqueles denunciados pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro; contra a democracia e as instituições; e relacionados à pandemia do coronavírus. Também fundamenta como Jair Bolsonaro nunca portou-se à altura do cargo.
O pedido é assinado pelos deputados Alessandro Molon (RJ), Aliel Machado (PR), Bira do Pindaré (MA), Camilo Capiberibe (AP), Danilo Cabral (PE), Denis Bezerra (CE), Elias Vaz (GO), Gervásio Maia (PB), Gonzaga Patriota (PE), Júlio Delgado (MG), Lídice Da Mata (BA), Luciano Ducci (PR), Marcelo Nilo (BA), Rafael Motta (RN), Tadeu Alencar (PE), Vilson da Fetaemg (MG).
O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, destaca ser lamentável a apresentação de um pedido de impedimento num momento de crise pelo qual passa o país, quando todos os esforços deveriam estar direcionado ao enfrentamento da Covid-19.
“No entanto, infelizmente, o comportamento do presidente da República não nos deixa outra saída. Nos omitirmos, diante de tantos crimes de responsabilidade de Bolsonaro contra a saúde, contra a vida dos brasileiros, contra a democracia e contra as instituições nos tornaria coniventes e cúmplices de um governo inconsequente e criminoso. Isso nós no PSB não somos e jamais seremos”, afirmou.
Para os socialistas, entre os crimes denunciados por Moro estão as tentativas de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal e de obstrução de justiça na instituição ao solicitar e ter acesso a relatórios de inteligência para prejudicar apurações em andamento.
O pedido da bancada relata ainda que Bolsonaro, desde o início de seu mandato, repetidamente pratica atos com o propósito de constranger o livre funcionamento dos Poderes Legislativo e Judiciário, de fragilizar a forma federativa de Estado ao tratar de maneira partidarizada a relação da União com esses entes, de afrontar o funcionamento de órgãos públicos de perfil técnico na área ambiental e científica para satisfazer caprichos pessoais e de ameaçar a liberdade de imprensa ao coagir jornalistas e veículos de comunicação. O presidente o faz apoiando e participando de manifestações que ameaçam a independência destes poderes e ofendendo a imprensa, excluindo veículos jornalísticos de entrevistas, exortando anunciantes para não utilizarem veículos independentes, entre outras ações, afirma o documento do PSB.
Bolsonaro, segundo os socialistas, também interfere no âmbito de competências dos Estados, municípios e do Distrito Federal, ao ameaçar a elaboração de decretos e querer permitir a abertura do comércio no país, contrariando os decretos desses entes federativos contrários a essa decisão.
Os socialistas criticam ainda as ações e falas de Bolsonaro minimizando os impactos da pandemia e as medidas de isolamentos adotadas mundo afora seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e demais autoridades sanitárias.
“Em manifestações públicas e até pronunciamentos oficiais, o presidente insistiu em classificar o novo coronavírus como uma “gripezinha” e um “resfriadinho”, ignorando que a COVID-19 já fazia vítimas fatais no Brasil”, diz o documento.
Diante disso, a bancada do PSB afirma que o presidente cometeu crime ao pôr em risco a saúde pública ao estimular aglomerações, quando ele mesmo participou de manifestações nas ruas de Brasília que pediam o fechamento do Congresso Nacional e um novo AI-5.
As ameaças do presidente da República aos governadores em razão das medidas de isolamento adotadas nos Estados, indo contra a tentativa de Bolsonaro de impor a abertura do comércio e impor o fim do isolamento social, também foram motivações criminais para o PSB apresentar o pedido de impeachment.
Confira aqui a íntegra do documento.