Nos anos 80, um bordão de um comercial de produto capilar reinou na televisão de tal modo, que saltou para as conversas do dia a dia, nos bares, no trabalho e no ambiente familiar.
Quem for da época vai lembrar do “Denorex: parece remédio mas não é”!
Quando havia uma semelhança – mas não igualdade – entre duas coisas a ponto de confundi-las, lá vinha a frase: “É Denorex: parece mas não é!”
Nos últimos dias, curiosamente, nos deparamos com notícias que nos fizeram lembrar do bordão do Denorex, com um hambúrguer de “picanha”, da rede MacDonald’s, sem picanha e outro da rede Burger King, anunciado ser de costela e só tinha o cheirinho.
Casos “sui generis” de propaganda enganosa para os órgãos competentes de defesa do consumidor oferecerem respostas, mas a surpresa, senadores resolveram convidar para uma audiência, os representantes das redes de fast-food.
Um Senado da República incapaz de convocar ou convidar ministro do STF, para explicar decisões desarmônicas e incendiárias nas relações entre os podres, resolveu, no caso dos hambúrgueres, atuar como PROCON. Um parlamento tão apequenado, que parece Senado, mas não é.
Com um olhar mais atento vamos percebendo mais situações para o inesquecível bordão. O próprio Supremo Tribunal Federal, na condição de guardião da Constituição, parece, mas não é.
Os ministros “supremos” falam, em entrevistas, sobre a defesa da democracia, enquanto atacam a democracia com decisões absurdas, incluindo censura e prisões ilegais, numa espécie de: “Façam o que eu digo e não façam o que eu faço.”
Realmente o nosso STF parece uma corte constitucional, mas não é. Na prática há muita política, lobby, jogo de poder, qualquer coisa, menos segurança e garantias constitucionais.
Nem o jornalismo, que comemorou o dia da liberdade de imprensa nesta semana, é o que parece, sobretudo quando a informação, o trigo do pão quente da boa notícia é distorcido com os fermentos dos interesses.
Enfim, temos um Senado apequenado, um Supremo agigantado, uma imprensa venal e um Presidente, que parece doido, mas não é. Sem brincadeira, Bolsonaro tem mais mais juízo, caráter e boa fé do que os simpatizantes imaginam e seus adversários e inimigos admitem.