Um revelação preocupante em despacho no processo que apura crimes na captação de propina para reforma do “Canal 40” , QG – Quartel General – das campanhas dos socialistas na Paraíba comandadas pelo ex-governador Ricardo Coutinho, preso e acusado de ser o chefe da organização criminosa no âmbito da Operação Calvário.
A Justiça ao tentar intimar Maria Laura Caldas Carneiro Almeida foi surpreendida com a informação de que a ré, não mais reside no endereço em que morava, tendo a oficiala de Justiça obtido a informação que na casa não reside mais ninguém.
A informação de que a delatora Maria Laura Caldas não mais reside no endereço só surge nos autos após o despacho do juiz Manoel Gonçalves Dantas de Abrantes, que demonstrou preocupação com a demora para apresentação da defesa escrita pela delatora.
“Verifica-se que até o presente momento, a delatora Livânia Farias foi citada e apresentou defesa escrita , assim como o delator Ivan Burity . Assim, certifique-se se a delatora Maria Laura Carneiro foi citada, estando autorizada à escrivania oficiar à CEMAN e entrar em contato telefônico com aquela central, visto que o mandado foi expedido em 28 de outubro”, diz o despacho do magistrado.
Para se ter ideia de quanto essa demora pode atrasar o processo, basta lembrar que os os acusados Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, Valério Coutinho e Paulo César Coelho, só devem ser citados para apresentação da defesa escrita após a apresentação das defesas dos delatores.
“Compulsando-se os autos, vê-se que no despacho presente às fls.16, ID 3685910, foi determinada a citação do delator Ivan Burity Almeida, bem como das delatoras Maria Laura Carneiro e Livânia Farias, a fim de que apresentassem, respectivamente, a resposta à acusação. Em seguida, seriam realizadas as citações dos demais acusados, Paulo César Coelho, Coriolano Coutinho, Ricardo Coutinho e Valéria Coutinho”, informa o despacho do magistrado.
Outro direito dos acusados que possuem advogados de diferentes escritórios é o prazo em dobro para apresentação da defesa escrita. A denúncia foi protocolado em 13 de julho desse ano e aguarda-se ainda a citação de uma das três delatoras e depois apresentação de sua defesa escrita para só depois receber as defesas escritas dos demais acusados.
Um detalhe chama a atenção da Justiça e do Gaeco, os dois outros delatores na Calvário, Ivan Burity e Livânia Farias, que estavam no primeiro escalão do Governo já foram citados e já apresentaram suas defesas escritas. A terceira delatora, Maria Laura Caldas, que ocupa um cargo bem inferior na hierarquia funcional, e mais frágil economicamente, gera embaraços atrasando o processo.