Se existem jogos em que o resultado teve a marca do treinador, o confronto entre Treze e Botafogo, nesta quarta-feira, foi um.
O técnico do Treze, Moacir Júnior merece os aplausos da torcida trezeana , porque com um time inferior tecnicamente, precisando fazer dois gols, o comandante do Galo deu uma aula em campo.
Enquanto Mauro Fernandes inexplicavelmente escalava zagueiros e mais zagueiros, volantes e mais volantes, Maocir Júnior percebeu que o adversário estava acuado excessivamente.
Tem um lance na transmissão que é possível ver o treinador Moacir Júnior mandar o time ir pra cima do Botafogo, porque percebeu o adversário encolhido e assutado.
Abro um parêntese para parabenizar a TV Itararé ( narrador e comentarista e equipe técnica) pela transmissão , pelo equilíbrio e boa leitura do jogo.
Voltando ao jogo e ao duelo dos treinadores, Moacir Júnior do Treze fez seu time crescer , embora tendo um plantel inferior tecnicamente comparado ao do Botafogo.
O Botafogo foi um time medroso, acuado, desorganizado, sem compactação, com um monte de zagueiro e volantes na defesa e Lohan isolado na frente.
O Treze ocupou espaços do campo, com jogadas pelas extremidades, ora pela direita, ora pela esquerda, com avanço da zaga , pressionando o Botafogo em seu próprio campo.
Moacir Júnior fez boa marcação em Lohan e Kelvyn, anulando completamente os contra ataques do Botafogo, e com isso a todo instante obrigava o adversário a se defender.
Em vez de marcar a saída de bola do Treze, que tem dificuldades quando recebe esse tipo de marcação, o Botafogo deixou os zagueiros e volantes adversários saírem jogando como queriam.
A escalação e o sistema de jogo de Mauro Fernandes fizeram o time inteiro jogar a pior partida do ano do Botafogo. Lohan isolado, Kelvyn bem marcado, laterais que não apoiavam, meio campo que não marcava, e a bola a todo instante sendo lançada na área, e foi assim que ocorreram os dois gols do Galo.
Povoar o time de zagueiros e volantes nem sempre significa boa organização defensiva. A zaga com Fred e Luís Gustavo já vinha fazendo bons jogos. Com a volta de Mário à lateral, escalava o esquema normal com 4-4-2.
Moacir Júnior percebeu o erro de escalação do time adversário que se encheu de zagueiros e sabia que se pressionasse o gol sairia. No futebol, como na política, não existe espaço vazio, alguém vai lá e ocupa. E foi isso que Moacir fez, o Botafogo deu campo e o Treze ocupou, venceu e mereceu a classificação à final.
No duelo dos mineirinhos ( Mauro é de Sete Lagoas/MG, Moacir é de Curvelo/MG), Moacir é quem vem comendo pelas beiradas e está na final. A Raposa que não cometa os erros do Botafogo e de Mauro Fernandes.
Marcelo José
Jornalista, advogado, radialista, associado à ACEP – Associação dos Cronistas Esportivos da Paraíba