Os profissionais de saúde que trabalham diretamente com pacientes com coronavírus no Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, assinaram um documento encaminhado à direção da unidade e ao secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, requerendo o atendimento de direitos da categoria.
A reivindicação dos profissionais vai desde EPIs , valor do plantão, adicional noturno, GAE (Gratificação de Atividades Especiais) e aumento da insalubridade que atualmente significa a quantia de R$ 40,00 mensais no contracheque.
O problema é embora a pandemia do coronavírus aponte uma situação bem difícil à rede de saúde e consequentemente uma carga bem tensa e desgastante dos profissionais o Governo até agora não respondeu a categoria.
Os profissionais de saúde formam a equipe de frente que vai lidar com as situações mais complexas, graves e desgastantes, por isso aguardam que o Governo responda positivamente o mais rápido possível .
No documento os servidores mostram a importância do Hospital Clementino Fraga referência há mais de 40 anos na política de assistência e atendimento aos portadores de doenças infectocontagiosas.
“Os servidores efetivos da Secretaria de Estado de Saúde da Paraíba (SES- PB), infra-assinados, lotados na Unidade do Complexo Hospitalar Doutor’ Clementino Fraga, referência neste Estado há mais de 40 (quarenta) anos na política de assistência e atendimento aos portadores de doenças infectocontagiosas, em consonância com a Reforma Sanitária Brasileira, e referência também nesse cenário de pandemia pelo Coronavírus (COVID 19), vêm, por meio deste, externar insatisfação com as atuais condições de trabalho e de remuneração, bem como solicitar providências no que diz respeito aos seguintes pontos : “. relatam os servidores para em seguida apresentarem as reivindicações que estão enumeradas no documento.
“Faz-se necessário ressaltar que tais solicitações estão em consonância com o cenário atual, como e de conhecimento, com o crescente número de casos do COVID – 19 confirmados no Brasil, neste Estado, e o estimado aumento desses para os próximos meses, fazendo com que o Complexo Hospitalar, enquanto referência, realize atendimento aos casos suspeitos e confirmados, seja em sua forma leve, moderada ou grave com necessidade de disponibilização de leitos de Enfermarias e Unidade de Terapia lntensiva (UTl)”, acrescentam.
“Além disso, medidas específicas devem ser adotadas no que diz respeito à rotina de atendimentos, bem como no que se refere à equipe multiprofissional, haja vista que o risco iminente para contágio do novo vírus, enquadrando-se, também, no grupo de risco, como demonstram dados estatísticos de outros países já afetados pela pandemia, tais como: a Espanha com estimativa de 4.000 profissionais infectados (12%), a ltália com 5.500, dados não conclusivos, mas disponíveis em páginas oficiais, bem como a China, no epicentro da pandemia, wuhan, que registrou 29% dos pacientes diagnosticados com COVID-19 sendo profissionais da saúde, números confirmados por Dawei wang, Bo Hu, Chang Hu, et ar., (2020)”, informam.
“Ademais, deve ser registrado que estes servidores estão com significativa insegurança, medo, preocupação e estresse emocional com múltiplos impactos de ordem física, psicológica e financeira, expondo, inclusive seus familiares, durante o exercício da profissão na assistência nesse momento crítico e atípico em nosso país”, relatam.
“Registre-se também a exaustão física devido ao trabalho excessivo, o que ocasiona uma série de fatores que trazem prejuízos aos profissionais e aos respectivos familiares, já que muitos são os seus provedores. Por fim, salienta-se que, mesmo com o compromisso com a instituição, no desempenho de tão complexa e importante atividade laboral, por unanimidade, é relatada a
desmotivação em dar prosseguimento às atividades, em função da instabilidade vivenciada pelas situações antepostas”, enfatizam
“Assim, manifestamos por meio deste, toda a nossa preocupação quanto ao prejuízo do andamento da assistência em decorrência de todas essas mudanças nos ambientes de trabalho, assim como no cotidiano de toda população em razão da
atual situação de pandemia”, alertam.
“Desta forma, solicitamos a necessidade de uma reunião, em caráter de urgência, para discutirmos sobre a implementação destas reivindicações, para que possamos continuar desenvolvendo nossas atividades com qualidade, conforme preconiza os princípios do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) e demais diretrizes, principalmente diante da exigência que a atual situação requer
certos de que a solicitação será atendida, aguardamos um retorno. João Pessoa,27 de março de 2020”, concluem.