A Polícia Federal destacou em seu portal a utilização de recursos recuperados na Operação Calvário, na Paraíba, para entrega de equipamentos respiradores pulmonares á rede pública estadual para o tratamento do coronavírus.
O valor de R$ 825 mil foi apenas uma parte do total que foi recuperado na investigação realizada por uma força-tarefa composta por Polícia Federal, Gaeco do Ministério Público da Paraíba, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União. Na Paraíba o Gaeco/MPPB conta também com o apoio da Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (CCRIMP/MPPB).
OPERAÇÃO CALVÁRIO II – A Operação Calvário II foi deflagrada na Paraíba a partir de investigações da Operação Calvário I que desmantelou esquema de desvios de recursos públicos da saúde e distribuição de propina para agentes políticos e públicos, e para abastecer campanha eleitoral.
Trata-de da maior operação já realizada para combater organização criminosa responsável por desvios de centenas de milhões de reais da administração pública, envolvendo saúde, educação e outros órgãos do Governo do Estado.
A investigação conta com a colaboração de seis envolvidos no esquema, entre os quais os ex-secretários de estado do Governo, Ivan Burity e Livânia Farias, que ocupavam cargo nas pastas de Turismo e Administração.
Também assinaram colaboração Leandro Nunes de Azevedo, assessor de Livânia Farias, e Maria Laura Caldas, que ocupava cargo na Procuradoria Geral do Estado, sob o gestão do então procurador Gilberto Carneiro da Gama.
Também resolveram contar tudo e colaborar com as investigações o empresário Daniel Gomes da Silva, operador do esquema na espera privada, que apresentou centenas de documentos, e gravação de conversas e reuniões dele com o ex-governador Ricardo Coutinho, com o ex-procurador Gilberto Carneiro, e outros auxiliares do Governo.
Nas gravações são diversos momentos em que Daniel Gomes e Ricardo Coutinho conversam sobre percentuais e entregas de propinas para compra de equipamentos do Hospital Metropolitano em Santa Rita, contratos com Organizações Sociais, entre outros negócios.
Outra colaboração foi assinada por Michelle Louzada, secretária de Daniel Gomes, que confessou ter participação no esquema e que diversas vezes veio à Paraíba em avião particular trazer dinheiro para as campanhas eleitorais de Ricardo Coutinho e João Azevedo.
A cúpula do Governo Girassol na Paraíba foi presa na Operação Calvário, desde o ex-governador Ricardo Coutinho, os ex-secretários de estado, Gilberto Carneiro, Márcia Lucena, Cláudia Veras, Waldson de Souza, Ivan Burity e Livânia Farias, a ex-secretária de estado e atualmente deputada estadual Estela Bezerra, e o irmão do ex-governador, Coriolano Coutinho.