A pergunta do momento no ambiente político na Paraíba é : o que está por trás da sanha engenhosa do golpe sofrido por Edvaldo Rosas e João Azevedo no PSB ?
O chargista Hericson Aquino levantou a tese que a embriaguez do cargo no poder cega os homens, tornando-os novamente meninos disputando o brinquedo do momento. Bela sacada. A crítica silenciosa e cômica, ao mesmo tempo.
As vaidades humanas se revelam das mais diversas formas. Na política elas existem quando alguém quer provar que ainda tem poder, enquanto outros esboçam como reação para não serem desmoralizados.
Ricardo teve a experiência de ser o dono do PSB por 14 anos, e estar no poder político pelo mesmo período, desde 2005, quando assumiu a Prefeitura de João Pessoa até dezembro de 2018, quando deixou a cadeira de governador.
João Azevedo sempre foi técnico e construtor leal do projeto político. Teve seu nome lembrado para prefeito da Capital, mas foi sacado do jogo e digeriu bem aquele momento.
A história desde janeiro é outra. João Azevedo é o governador e a Operação Calvário desenterrou condutas e personagens da gestão passada não tão republicanos como antes apregoadas.
Aos poucos João Azevedo foi mostrando a Ricardo que a parceria política e de amizade continuava, mas a responsabilidade da gestão agora é do governador e não do amigo de João.
Ricardo Coutinho percebeu que não tinha àquela força para indicar quem quisesse ao Governo, e muito menos interferir na gestão com seus interesses particulares.
João Azevedo afastou da gestão cinco intocáveis do Governo de Ricardo : Gilberto Carneiro (Ex-procurador geral), Livânia Farias (ex-secretária de Administração), Luís Torres(secretário de Comunicação) , Waldson de Souza ( Saúde, Planejamento e inclusive coordenador da campanha de João) e Amanda Rodrigues ( Finanças, Empreender e inclusive esposa do ex-governador).
Ao perceber que não estava mandando no Governo o ex-governador precisava mostrar de alguma forma que ainda manda em alguma coisa. Engendrou o golpe no amigo leal, companheiro Edvaldo Rosas, atingindo o governador João Azevedo.
A análise ao final converge com a charge de Hericson Aquino , no sentido de que ao propor a disputa o ex-governador Ricardo Coutinho, por pirraça deu o golpe em Edvaldo Rosas e revelou sintomas da abstinência do poder.
Já que não manda mais no Governo vai mostrar que em alguma coisa ele manda, no PSB, do qual é dono desde 2004′.
Marcelo José
Jornalista e advogado
Charge : Hericson Aquino