A Procuradoria Regional Eleitoral ouviu dezenas de beneficiários do Programa Empreender na Paraíba, no ano de 2014. Diante dos procuradores as pessoas revelaram que precisavam dizer a verdade, que eram orientadas a falar que eram vendedoras de roupas, “sacoleiras”, mas que nunca aplicavam o dinheiro que recebiam em empreendimentos, mas sim em reforma de casa, pagamento de contas e até compra de móveis novos para o lar.
“Foi lhe orientado dizer que queria vender roupas como “sacoleira” , nunca utilizou o dinheiro para empreender, e sim para ajeitar a casa do irmão e do pai”, disse uma das beneficiárias.
“Que nunca pagou prestação, que não pagou porque já tinha gastado o dinheiro e porque não telefonaram cobrando o pagamento, e não sabe onde está o carnê”, disse outra beneficiada com dinheiro do Empreender.
“Que nunca pagou prestação do tal empréstimo….e que utilizou todo o dinheiro do empréstimo para comprar guarda-roupa e gêneros alimentícios”.
A chamada Aije do Empreender que terá seu julgamento amanhã no Tribunal Regional Eleitoral foi ajuizada pela Procuradoria Regional Eleitoral que acusa o ex-governador Ricardo Coutinho de abuso de poder político e econômico em sua reeleição no pleito de 2014.
Na ação o Ministério Público pede a inelegibilidade do ex-governador Ricardo Coutinho, da vice-governadora Lígia Feliciano, e do filho dela, Renato Feliciano, então secretário de Desenvolvimento e Turismo, da então secretária de Educação, Márcia Lucena, hoje prefeita da cidade de Conde, do ex-secretário de Saúde, Waldson de Souza, do ex-secretário de Cultura , Chico César, entre outros agentes públicos.