O desembargador Nildson Araújo da Cruz, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, negou pedido de habeas corpus para soltura do diretor da Cruz Vermelha Brasileira, Daniel Gomes da Silva, preso na última sexta-feira, dia 14, pela Operação Calvário que apura desvio de recursos na saúde pública no estado do Rio de Janeiro. A Organização Social Cruz Vermelha Brasileira é a mesma que administra o Hospital de Trauma de João Pessoa, contratada pelo Governo do Estado da Paraíba.
“Em tese, a nocividade da conduta do paciente é intensa e, aliada ao poder de controle e comando que exerceria no desenvolvimento das práticas criminosas que lhe são atribuídas, evidencia a pertinência da medida, cuja excepcionalidade foi bem exposta – e muito bem – pela autoridade judiciária de primeiro grau. E, se a imputação corresponde ou não à realidade, não é nesta sede que se vai decifrar isto, sobretudo diante da carência instrutória”, decidiu o magistrado.
“Com estas considerações, indefiro os pleitos liminarmente formulados. Solicitem-se as informações e, quando chegarem, abra-se vista ao Ministério Público. Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2018”, concluiu o desembargador Nildson Araújo da Cruz .
Na Operação Calvário realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, foram presos 11 pessoas, acusadas de participação no esquema que, segundo o MP do Rio de Janeiro, superfaturava compras e serviços, desviava recursos, entre outros crimes. Foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão.
Um dos mandados de prisão ocorreu em João Pessoa, contra Roberto Krenser, que estava hospedado em um hotel na praia do Cabo Branco. Não foram divulgadas ainda, as razões de o acusado estar na Capital paraibana, o que estava fazendo, e se fazia frequentemente esse trajeto.
Segundo a investigação a Cruz Vermelha Brasileira já faturou em torno de R$ 1,7 bilhão , sendo que na Paraíba onde atua há mais tempo ( são quase oito anos) o montante de faturamento chega a R$ 1 bilhão.