As agressões covardes sofridas por uma mulher, trabalhadora, advogada Myriam Gadelha, não sensibilizaram o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. Cinco dias depois da divulgação pelas redes sociais e veículos de comunicação, dos pontapés, socos e xingamentos, desferidos pelo prefeito de Sousa, Fábio Tyrone, em sua namorada, dentro da casa dela, o socialista parece inerte, incólume e desalmado.
Entre assumir a dor das mulheres paraibanas e contrariar um aliado político, e companheiro partidário do PSB, Ricardo Coutinho preferiu se calar. Tão acostumado a levantar discursos, abraçar causas, e enfrentar lutas, o líder do projeto Girassol silenciou. Saiu de cena. Entre tantos pecados, preferiu o da omissão.
A conveniência política massacra pseudos líderes. Já é comum líderes políticos fecharem os olhos para atos criminosos de seus aliados. Para chegar ao poder alguns abraçavam todas as lutas, mas depois de chegar ao Palácio, nem toda luta lhe convém. Na omissão do governador em dar uma declaração sensata e segura sobre o fato, e na ausência de quem cobre, fica o registro do Blog.
Não se trata de uma discussão comum de um casal. Saiu da esfera política, virou página policial. O acusado de violência doméstica, é gestor que cuida do interesse público, braço do socialismo, e amigo pessoal do presidente de honra do PSB na Paraíba. Muito mais que isso, um ato de intolerância, covardia e com receio de impunidade. Afinal o agressor é detentor de poder político e econômico.
É constrangedor ser solidário a vítima de seu aliado político, governador ? Em casos dessa natureza , o silêncio da autoridade, é uma forma de ser solidário, não à vítima, mas ao agressor. Por isso fale governador, fale.
Marcelo José
Jornalista e advogado