Um sentimento de frustração tomou conta dos inativos da polícia militar da Paraíba nas últimas horas. O tão esperado descongelamento do adicional de inatividade chegou em forma de migalha. O Governo do estado não tem limites na arte de humilhar. Conseguiu transformar o que seria um direito do policial em esmola às vésperas da eleição da Caixa Beneficente de Oficiais e Praças da Polícia Militar da Paraíba.
Policiais de todo o estado repassaram ao Blog, durante todo o dia de hoje, a insatisfação, para não dizer indignação da tropa. Sinceramente ninguém explica a razão de tanta perseguição do Governo aos nossos policiais, os da ativa, e sobretudo os inativos. Foi o próprio governador Ricardo Coutinho que congelou o adicional de inatividade desde 2012, e às vésperas da eleição do Clube dos Oficiais e da Caixa Beneficente prometeu o que acabou não chegando aos contracheques dos inativos.
O acordo de conveniência do Palácio tinha tudo para dá errado. Em qualquer parte do mundo, onde o interesse pessoal estiver acima do interesse coletivo, tem tudo pra dá errado. Senão vejam os personagens da famoso encontro no salão nobre do Palácio : dois candidatos chapas brancas, lambendo a rapadura para ganhar eleições, e o Rei Sol louco pra dizer que o dia raiou graças a ele.
Prometeram descongelar o adicional de inatividade. Ao receber seus contracheques os policiais chegaram a conclusão de que seus direitos foram transformados em migalhas. Só pra citar um exemplo, um tenente cujo nome o Blog não revela para preservá-lo de mais perseguições, que ganhava em torno de 250,00 , em 2012, de adicional de inatividade, recebeu no descongelamento tão propalado que seria de 50%, apenas R$ 28,00. “Estamos revoltados com tanta mentira e enganação”, desabafou.
Se não era pra descongelar de verdade o adicional de inatividade, que não prometessem. Não se deve brincar com o bolso alheio. Esses atos eram combatidos há mais de 60 anos , quando Luiz Gonzaga, em protesto às esmolas dadas aos nordestinos por ocasião da seca, escreveu em “Vozes da Seca” : “Mas doutor uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia um cidadão”.