A resposta dos oficiais da Polícia e Bombeiros Militares da Paraíba foi clara : uma entidade que se preserve deve ficar sempre ao lado da categoria e não do lado do governante. As urnas repudiaram a foto em salão nobre do Palácio do Governo, em sessão de beija-mão, dos dois coronéis, Sobreira e Ronildo, e seu patrocinador, o governador Ricardo Coutinho.
Os ensinamentos são muitos , e todos devem refletir, inclusive os coronéis. A categoria precisa estar unida em torno dos governados e não dos governantes. Os interesses são diametralmente opostos. Os governados querem reconhecimento e serem valorizados, os governantes querem o poder, só o poder.
Nos últimos anos na Paraíba foi sempre assim, os que querem cargo no Governo, se submetem a sessão de beija-mão, e são recebidos em Palácio como se nobres fossem. Os que lutam pela categoria, abraçam os encargos, e já sabem que na Praça dos Três Poderes, seus lugares é na praça, do lado de fora do Palácio.
A corporação silente, aguarda a hora de dizer basta. Na luta não tem distinção de praças e oficiais, todos estão no mesmo barco. Ontem quem teve chance de lutar pela paridade, hoje na inatividade ver de perto a diferença que faz. É muito fácil ao governante de plantão escolher a quem dar gratificação. Difícil ao policial é quando ver que o tempo passou e que é muito alto o preço do silêncio comprado pela gratificação que não volta mais.
O Governo tenta mostrar que a realidade de nossa polícia está nas solenidades em espaços nobres, todos bem vestidos, na concessão de medalhas ou em datas comemorativas como o 7 de Setembro. Terrível engano. Para saber quem é nossa polícia, vão, governador e comandante geral, visitar os reformados em suas casas, aí sim os senhores saberão a realidade de nossa polícia.
A luta por paridade, risco de vida, aplicação do escalonamento vertical, aprovação do Código de Ética, não é utopia, nem discurso contra Governo, pelo contrário é em favor do Estado. A eleição do COPM mostrou o caminho, e semana que vem praças e oficiais decidirão o destino da Caixa Beneficente. As entidades devem sempre estar ao lado da categoria, e nunca do lado do governante.
Marcelo José
Jornalista e Advogado.