A exoneração de delegados responsáveis pela Operação Cartola pelo governador Ricardo Coutinho já ganhou repercussão nacional e agora já ocorrem manifestações fora do estado. A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco – Adeppe – divulgou uma nota de repúdio considerando uma punição o ato praticado pela Secretaria de Segurança aos profissionais que desbarataram fraudes contra os amantes do futebol na Paraíba.
Segundo a nota o Governo do Estado está na contramão da lisura , “ao invés de conceder elogio ou congratulação de maior importância aos destemidos policiais, transfere os exemplares delegados para funções distintas, como forma de punição administrativa mascarada.
A nota compara o ato do Governo da Paraíba em punir os delegados com o do Governo de Pernambuco que acabou com a Delegacia de Combate a Corrupção. “Fato semelhante ocorre em Pernambuco, cujo governo propôs e a Assembleia Legislativa aprovou, a extinção da Delegacia de Combate à Corrupção, após a realização de várias operações envolvendo prefeitos, gestores e empresários que possuem contratos com o Estado, num claro propósito de dificultar esse tipo de investigação”
NOTA DE REPÚDIO
A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco – ADEPPE vem a público manifestar forte repúdio aos atos administrativos da Secretaria de Segurança e da Defesa Social da Paraíba, que puniram veladamente os empenhados Delegados Lucas Sá e Vanderleia Gadi, responsáveis pela diferenciada investigação que desbaratou um esquema ilícito de fraudes nos resultados de jogos de futebol do campeonato paraibano, crime execrável, que lesou milhões de torcedores que acompanham cotidianamente o esporte, descortinando a condenável manipulação de resultados através do oferecimento de vantagens indevidas.
Na contramão da lisura administrativa, o Governo do Estado, ao invés de conceder elogio ou congratulação de maior importância aos destemidos policiais, transfere os exemplares Delegados para funções distintas, como forma de punição administrativa mascarada de “mudança necessária nos quadros da Polícia Judiciária”.
Fatos como esses devem servir de reflexão para toda a sociedade, sobre a urgente necessidade de assegurar ao Delegado de Polícia, primeiro garantidor dos direitos do cidadão, a imperiosa prerrogativa da inamovibilidade, ou seja, a garantia de que, independentemente da investigação realizada e das pessoas indiciadas, o Delegado de Polícia não fique temeroso de ser removido, perseguido, processado pela Corregedoria, ou sofra qualquer outro tipo de intimidação por parte dos Governos Estaduais, como ora acontece com os colegas paraibanos, assim como faz o Governo de Pernambuco contra o atual presidente desta Associação.
Convém ressaltar a decepção que a notícia gerou entre os cidadãos pernambucanos, tendo em vista que esta entidade de classe visitou recentemente as instalações da Central de Polícia de João Pessoa e da Academia de Polícia, o que resultou em matéria de capa do Jornal da Adeppe, elogiando a presteza administrativa com que se houve o Governo Estadual ao promover parceria público privada que redundou na modernização de tais instalações.
Fato semelhante ocorre em Pernambuco, cujo governo propôs e a Assembleia Legislativa aprovou, a extinção da Delegacia de Combate à Corrupção, após a realização de várias operações envolvendo prefeitos, gestores e empresários que possuem contratos com o Estado, num claro propósito de dificultar esse tipo de investigação.
Um governo sério não teme os órgãos de fiscalização e controle. O país acordou e não tolera mais os crimes contra o patrimônio público. A população apoia o combate à corrupção.
Por fim, a Adeppe parabeniza os Delegados de Polícia Civil do Estado da Paraíba, Dr. Lucas Sá de Oliveira e Dra. Maria Vanderleia Gadi Santos pelo brilhante trabalho desenvolvido à frente da Delegacia de Combate às Defraudações e Falsificações, afirmando que estaremos atentos ao desfecho desses imorais atos.