
Coriolano Coutinho já tinha impetrado habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça , o que foi negado pela ministra Laurita Vaz, relatora de processos relativos a Operação Calvário, no âmbito do STJ.
Após a negativa no STJ, Coriolano Coutinho resolveu, através de seus advogados, impetrar habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal, distribuído ao ministro Gilmar Mendes, relator do tema no STF.
O parecer assinado pela Subprocuradora da República, Cláudia Sampaio Marques, foi juntado ao processo nesta segunda-feira, dia 13, deixando o habeas corpus concluso para decisão do ministro relator.
“Assim, há indícios do envolvimento do paciente no recebimento das vantagens indevidas dirigidas a Ricardo Coutinho, na constituição de empresas para a lavagem de dinheiro, nas escolha dos agentes que iriam compor o quadro social dessas empresas, entre outras atuações relevantes”, afirma o parecer.
“A gravidade concreta do contexto delituoso em que se inseriu o paciente foi minuciosamente detalhado na decisão do Desembargador Relator, não procedendo a alegação de que a custódia está embasada em fatos antigos, sem a comprovação dos indícios de autoria e com base exclusivamente na palavra de delatores”, revela.
“A gravidade concreta do contexto delituoso em que se inseriu o paciente foi minuciosamente detalhado na decisão do Desembargador Relator, não procedendo a alegação de que a custódia está embasada em fatos antigos, sem a comprovação dos indícios de autoria e com base exclusivamente na palavra de delatores”, revela.
“Há, também, graves evidências de que o grupo – notadamente pelos integrantes que compunham os núcleos político e administrativo – valia-se de práticas de coerção para inibir aqueles que eventualmente se opusessem a seus propósitos delituosos. Apurou-se por meio das informações e documentos apresentados por Daniel Gomes da Silva (anexo 51 do
processo original) que a cúpula da organização, notadamente Ricardo Coutinho e seu irmão Coriolano, contratou uma empresa de inteligência e contrainteligência, a TRUESAFETY CONSULTORIA, INTELIGÊNCIA E CONTRA INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL LTDA., (CNPJ 12.586.063/0001- 50) para fazer levantamentos e produzir dossiês, contendo dados como local de moradia, nome de filhos, a escola, entre outros, para serem usados em caso de ameaças aos interesses do grupo. Há indícios de que esses dossiês foram de fato produzidos, a pedido do ex-Governador Ricardo Coutinho e de Waldson de Souza, com dados de alguns Conselheiros e Auditores do Tribunal de Contas do Estado, nomeados por adversários políticos, para reverter dificuldades encontradas no Órgão de fiscalização”, revela o parecer.
“Trata-se de fato de extrema gravidade e que autoriza a custódia, não somente para a garantia da ordem pública, diante da periculosidade evidenciada por seus agentes, mas, também, para que a instrução criminal transcorra com regularidade, permitindo que as testemunhas deponham sem receios, revelando em Juízo os fatos de que têm conhecimento”, informa.
processo original) que a cúpula da organização, notadamente Ricardo Coutinho e seu irmão Coriolano, contratou uma empresa de inteligência e contrainteligência, a TRUESAFETY CONSULTORIA, INTELIGÊNCIA E CONTRA INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL LTDA., (CNPJ 12.586.063/0001- 50) para fazer levantamentos e produzir dossiês, contendo dados como local de moradia, nome de filhos, a escola, entre outros, para serem usados em caso de ameaças aos interesses do grupo. Há indícios de que esses dossiês foram de fato produzidos, a pedido do ex-Governador Ricardo Coutinho e de Waldson de Souza, com dados de alguns Conselheiros e Auditores do Tribunal de Contas do Estado, nomeados por adversários políticos, para reverter dificuldades encontradas no Órgão de fiscalização”, revela o parecer.
“Trata-se de fato de extrema gravidade e que autoriza a custódia, não somente para a garantia da ordem pública, diante da periculosidade evidenciada por seus agentes, mas, também, para que a instrução criminal transcorra com regularidade, permitindo que as testemunhas deponham sem receios, revelando em Juízo os fatos de que têm conhecimento”, informa.
“A atualidade dos fatos também é confirmada pelo fato de o grupo criminoso comandado por Ricardo Coutinho continuar agindo no governo de João Azevêdo, que assumiu em 2019, por meio da indicação dos seus agentes para compor a cúpula da nova administração. O envolvimento do novo Governador com o grupo criminoso é objeto de investigação específica que tramita no Superior Tribunal de Justiça. Ante o exposto, manifesta-se o Ministério Público Federal pelo não conhecimento da impetração”, conclui.