Hoje é o Dia das Mães. E muitos filhos choram inconformados a partida de suas rainhas, mas, assim é o ciclo natural da vida. As mães partirem antes das crias.
Violento e ainda mais cruel, é a inversão. Os filhos partirem antes das mães. Sendo ela, a morte, a única certeza dos vivos, é pedir forças a Deus e se conformar.
Mas tem uma morte da qual não se conforma. Àquela precocemente, com sangue de inocente derramado com a ajuda do aparelho estatal, que em vez de defender, ceifa a vida.
Bruno Ernesto há sete anos não pode abraçar sua mãe, dona Inês. Foi brutal e covardemente assassinado, com um tiro na nuca, característica clara de crime de execução.
O Governo do Estado da Paraíba nunca foi transparente, pois seria o primeiro a querer esclarecer o fato de que o crime foi cometido com um revólver e munições de propriedade do próprio Governo. Muito pelo contrário, sequer revelou essa informação no inquérito policial.
É confuso na cabeça do cidadão comum, entender que nesse caso de Bruno Ernesto, o Estado era o responsável por investigar, e ao mesmo tempo, era também o investigado, pois a arma e as munições utilizadas para matar Bruno eram do Governo da Paraíba.
Transformaram um crime de execução em latrocínio ( matar para roubar), investigaram e julgaram os executores com extrema rapidez. O conjunto da obra revela podridão. O estado foi omisso, ou quando agiu foi para em vez de investigar , confundir, definindo de forma seletiva o que queria descobrir.
Voltando ao tema inicial, o Dia Mães. Não vou falar da data. A Paraíba precisa urgente é saber quem é, ou quem são os figurões que estão por trás da morte de Bruno Ernesto. Do contrário não adianta o Governo com sua hipocrisia falar em justiça.
Não cabe a ninguém retirar um filho do convívio da mãe. Pois a vida daquele, por dom de Deus, foi gerada por esta. Dona Inês não vive, vegeta, sedenta que está por justiça, na terra dos cínicos, hipócritas e injustos.
Na Bíblia Sagrada o apóstolo Paulo falou da fé, da esperança e do amor. E destacou que o maior deles é o Amor. Dona Inês guarda a fé, alimenta a esperança, mas é no amor de mãe, que reside o segredo para viver e ver a justiça sendo feita.
Dona Inês confia na Justiça de Deus, mas quer ver a justiça dos homens. Enquanto isso não acontecer, especialmente para ela, dona Inês, não haverá Dia das Mães.
Marcelo José
Jornalista e advogado.