A cada dia que passa surge uma novidade no caso dos gastos da Cruz Vermelha Brasileira na gestão do Hospital de Emergência e Trauma da Capital. Consta em um relatório dos auditores do Tribunal de Contas do Estado que os cidadãos paraibanos com seus tributos bancaram a locação de 10 apartamentos no bairro do Bessa, em João Pessoa, para diretores da Cruz Vermelha, durante todo o ano de 2013.
Os recursos , na ordem de R$ 264 mil, em vez de serem destinados a cirurgias, material cirúrgico e equipamentos, foram gastos com locação de aparamentos em área nobre , no bairro do Bessa, na Capital. Os auditores opinaram pela devolução dos recursos, tendo em vista que os diretores recebem altos salários, inclusive incompatíveis com remuneração do pessoal da área de saúde, e ainda recebem auxílio moradia.
“Considerando o exercício financeiro de 2013, a Cruz Vermelha efetuou diversos pagamentos a empresa SOUTO MAIOR CONSTRUÇÕES E INCORPORAÇÕES LTDA (ME), a título de locação e despesas de condomínio de 10 (dez) apartamentos no edifício residencial ALLURE, situado na Rua Silvio Coelho de Alverga, 180 – Bessa – João Pessoa (PB), para
atender as pessoas envolvidas com o contrato de gestão. O valor mensal é de R$ 22.000,00, com somatório anual de R$ 264.000,00”, revela o relatório dos auditores.
“No campo prático, os beneficiários são: 05 diretores, 04 gerentes e um outro apartamento que serve para os consultores das empresas terceirizadas, com previsão de estada e com custo para o hospital. Cada unidade habitacional em questão apresenta 03 quartos e área privativa total de aproximados 98 metros quadrados, conforme certidão de registro do cartório de imóveis (em
anexo digitalizado)”, informa.
“A verba denominada ajuda de custo paga aos Diretores da Cruz Vermelha se assemelha a um auxílio moradia. Acontece, contudo, que o custeio de despesas com moradias e o pagamento de auxílio moradia não se compatibilizam, na medida em que são duas verbas pagas em função da mesma situação fática. Considerando, ainda, o valor das remunerações
dos Diretores, não se justificam os referidos pagamentos”, ratificam os auditores.
“Ante o exposto, a Auditoria solicita explicações formais aos gestores responsáveis, com evidenciação do uso por parte dos diretores e gerentes do hospital, daqueles utilizados por consultores de empresas comerciais terceirizadas, sob pena imediata de devolução dos R$ 264.000,00 ao erário estadual, por clara afronta aos princípios da economicidade e moralidade pública, ambos previstos na Carta Constitucional Brasileira”.
O secretário Waldson de Souza, á época secretário de Saúde, tentou justificar que o condomínio locado para os diretores era compatível com o trabalho desempenhado, e alegou não haver qualquer razão para que o dinheiro fosse devolvido.