As eleições em João Pessoa não estavam apenas focadas em quem iria para o segundo turno. A opinião púbica queria entender o que aconteceria com o grupo político do ex-governador Ricardo Coutinho alojado no PSB.
Depois de anos seriam essas eleições de 2020 as que não teriam dinheiro de corrupção da Cruz Vermelha e de outras empresas fornecedoras privilegiadas da educação e da saúde do estado da Paraíba.
Apuradas as urnas, descobre-se então que o eleitor paraibano decidiu varrer do mapa o chefe girassol, seus parentes , aderentes, aliados, apoiados, asseclas, e afins.
Em Picuí a candidata Gilma Germano (PSB) esposa do deputado Buba Germano(PSB) perdeu a campanha para o prefeito Olivânio (PT).
Em Bananeiras o prefeito Douglas Lucena(PSB) apoiou Guga Aragão (DEM) e também perdeu a campanha para Matheus Bezerra do MDB.
Em Conde a prefeita Márcia Lucena(PSB), braço direito de Ricardo Coutinho no Governo, também perdeu a eleição para Karla Pimentel.
Em Joao Pessoa a irmã do ex-governador, Sandra Coutinho não conseguiu sequer se eleger a vereadora, não apenas ela mas o PSB não conseguiu eleger nenhum vereador na Capital.
Em todos esses casos os perdedores mantinham uma relação de lealdade e cumplicidade com chefe Ricardo Vieira Coutinho.
E por falar no chefe o ex-governador jamais esquecerá do duro recado do povo nas urnas. Amargou o sexto lugar, ficando atrás de figuras com quem o socialista tem histórias de embate e humilhação.
Ricardo ficou atrás de Cícero Lucena, o campeão de votos no primeiro turno, de Nilvan Ferreira, Ruy Carneiro, Walber Virgolino e Edilma Freire.
Restou ao um amargo sexto lugar e seus 10%, agora de votos.
Trágica e melancólica coincidência, afinal é exatamente o mesmo percentual que segundo Daniel Gomes da Silva, o delator na Calvário, Ricardo Coutinho cobrou para receber da empresa responsável por fornecer os equipamentos do Hospital Metropolitano.
Ricardo Coutinho perdeu até para brancos e nulos.
Restaram ao socialista a poeira, o pó, e seus 10%.
Marcelo José, jornalista e advogado.