O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, divulgou uma nota de pesar pela morte do ex arcebispo da paraíba, Dom José Maria Pires. Veja a nota abaixo :
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, vem a público manifestar seu mais profundo pesar pela morte de Dom José Maria Pires, arcebispo emérito da Paraíba, ocorrida ontem (domingo) aos 98 anos de idade, em Minas Gerais.
Ao mesmo tempo em que lamenta a morte, o prefeito Luciano Cartaxo registra sua homenagem a Dom José, o arcebispo que fez da Arquidiocese da Paraíba uma Igreja viva não apenas na fé, mas no comprometimento com os mais pobres, no combate às injustiças e na luta pela paz, dimensões expressivas da Teologia da Libertação, movimento marcante e que ajudou a mudar os rumos da história da Igreja Católica da América Latina.
Lembra o prefeito pessoense que impõe-se ressaltar a figura humana, digna, altiva, corajosa e ao mesmo tempo afável e quase angelical de Dom José, que soube elevar a voz em protesto, quando necessário, e moderar conflitos para preservar vidas.
O prefeito Luciano Cartaxo se associa, pois, neste momento, aos justos lamentos de toda a comunidade pelo passamento deste religioso que, como verdadeiro profeta, pregou, com vigor, os mais transcendentes ensinamentos do Cristo em solo paraibano, deixando indelével sentimento de saudade.
Sobre Dom José
Dom José Maria Pires nasceu no dia 15 de março de 1919, na cidade de Córregos (MG), filho de Eleutério Augusto Pires e Pedrelina Maria de Jesus. Foi ordenado presbítero no dia 20 de dezembro de 1941, em Diamantina (MG). No dia 25 de maio de 1957 recebeu a nomeação episcopal, e a sagração ocorreu no dia 22 de setembro de 1957, em Diamantina.
Foi formado em Teologia e Filosofia pelo Seminário de Diamantina (MG), cursos que realizou entre 1936 e 1941. Antes de ser Bispo, Dom José foi pároco de Açucena-MG (1943-1946); diretor do Colégio Ibituruna em Governador Valadares-MG (1946-1953); missionário diocesano (1953-1955); e pároco de Curvelo-MG (1956-1957). Atuou como Bispo em Araçuaí-MG (1957-1965), de onde veio para ser Arcebispo da Paraíba (1966-1995). Foi também membro da Comissão Central da CNBB e Presidente da Comissão Episcopal Regional-NE2.
Na biografia de Dom José destaca-se a sua atuação na época da Ditadura Militar, quando desenvolveu um trabalho pautado na conjunção da atividade religiosa com a defesa dos direitos humanos, com vistas à mudança social. Prestou apoio nos conflitos pela terra na Paraíba, defendendo camponeses de perseguições. E lutou contra a discriminação e o racismo, incentivando a organização e a luta dos afro-brasileiros.
Dom José tinha como lema episcopal: “Scientiam Salutis” (A ciência da Salvação). Foi o quarto Arcebispo da Paraíba. O seu antecessor foi Dom Mário de Miranda Vilas-Boas, que assumiu o cargo em 1959 e renunciou em 21/05/1965. O Mons. Pedro Anísio Bezerra Dantas foi Vigário Capitular da Arquidiocese da Paraíba de 21/05/1965 a 27/03/1966 (período compreendido entre a renúncia de Dom Mário e a posse de Dom José). Dom José Maria Pires ficou à frente da Arquidiocese de 1966 até 29/11/1995. Foi sucedido por Dom Marcelo Pinto Carvalheira.