O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido de R$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 4,6 vezes maior em relação ao último trimestre, quando teve lucro de R$ 1,2 bilhão. Os resultados foram apresentados hoje (15).
Segundo o banco de fomento, o desempenho é atribuído principalmente ao resultado de R$ 8,5 bilhões com participações societárias, dos quais R$ 8,1 bilhões decorreram dos desinvestimentos realizados no período, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras em fevereiro. De acordo com o BNDES, esse efeito foi atenuado pela constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,7 bilhão, influenciada pela revisão das classificações de risco de empresas dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19.
O lucro com intermediação financeira, ou seja, com os financiamentos feitos pelo BNDES, atingiu R$ 4,1 bilhões, o que equivale a um aumento de 10,1% em comparação com o primeiro trimestre de 2019. A carteira de crédito somou R$ 442,1 bilhões.
Segundo o BNDES, a carteira de crédito líquida somou R$ 442,1 bilhões no encerramento do trimestre, representando 61,6% dos ativos totais e apresentando variação positiva de 0,7% em relação ao fechamento de 2019, quando totalizava R$ 441,8 bilhões.
Os ativos do sistema BNDES totalizaram R$ 718,3 bilhões em 31 de março, apresentando queda de R$ 9,9 bilhões (-1,4%) no trimestre.
De acordo com o banco, a redução da carteira de participações societárias para R$ 59,2 bilhões, ante R$ 111,9 bilhões no fechamento de 2019, reflete em parte a estratégia de desinvestimento (vendas de R$ 23,8 bilhões) e também os movimentos recentes do mercado, que levaram à desvalorização dos investimentos, uma redução de R$ 28,8 bilhões.
Para o presidente do banco, Gustavo Montezano, o BNDES teve performance relativamente estável no segmento de crédito. “É uma carteira relativamente conservadora, focada em grandes clientes e instituições financeiras. Já no segmento de investimentos em participações societárias, a gente observou grande volatilidade da carteira”, disse, em uma transmissão online.
Empresas aéreas
Montezano informou que as empresas aéreas Latam, Gol e Azul aderiram ontem (14) à proposta de crédito estabelecida pelo BNDES e pelo sindicato dos bancos. O setor enfrenta uma grave crise, com a queda no número de passageiros por causa da pandemia de covid-19. “Agora entramos na fase de execução das propostas”.
De acordo com o executivo, a atuação vai ser focada nas operações brasileiras das empresas – os recursos não devem ser usados para pagar credores financeiros e as condições serão isonômicas para as companhias aéreas.
Covid-19
O BNDES também apresentou um balanço de suas ações emergenciais de combate à covid-19, anunciadas em 22 de março. As iniciativas buscam preservar as atividades econômicas das empresas durante esse período. O banco informou que já soma R$ 13 bilhões em aprovações, apoiando empresas que empregam 2,2 milhões de pessoas.
Em menos de dois meses, 19 mil clientes já solicitaram a suspensão temporária de pagamento de financiamentos no BNDES, totalizando R$ 8,7 bilhões. “Estima-se que essas empresas empreguem 1,62 milhão de pessoas”, diz o banco.
A linha de capital de giro para micro, pequenas e médias empresas totaliza R$ 2,3 bilhões em aprovações. O programa para financiamento da folha de pagamento de pequenas e médias empresas contabiliza 73 mil operações aprovadas, alcançando R$ 1,6 bilhão. O banco estima que o apoio dessa linha tenha contribuído para o pagamento do salário de 460,5 mil pessoas.
Até o momento, o programa emergencial que tem como foco a ampliação imediata de leitos, além de materiais e equipamentos médicos, aprovou R$ 198,2 milhões, que, segundo o banco, viabilizarão a entrega de 3.126 leitos, 500 mil testes rápidos de covid-19 e 1,5 mil novos monitores.
Informações da Agência Brasil