Oito anos atrás, exatamente no dia 12 de maio, estava sendo deflagrada a Operação Logoff, que apurou irregularidades na compra de equipamentos e na execução do projeto Jampa Digital, com recursos iniciais na ordem de R$ 6,2 milhões.
O montante de recursos de R$ 6,2 milhões, sendo R$ 4,7 milhões do Governo Federal, e R$ 1,5 da Prefeitura de João Pessoa, era apenas o início do investimento que poderia chegar a mais de R$ 30 milhões no decorrer da execução.
Policiais federais e auditores da Controladoria Geral da União cumpriram seis mandados de busca e apreensão na sede do Centro Administrativo da Prefeitura de João Pessoa, nas sedes de empresas envolvidas , e nos endereços de empresários, nos estados da Paraíba, Bahia e Pernambuco.
Antes da Operação da Polícia Federal e da CGU, o programa Fantástico da Rede Globo de Televisão exibiu uma reportagem mostrando os indícios de ilegalidades em relação a superfaturamento na compra de equipamentos e na deficiência do projeto Jampa Digital que apesar dos custos não estava funcionando.
ASSASSINATO DE BRUNO ERNESTO – O jovem Bruno Ernesto era servidor da Prefeitura de João Pessoa, trabalhava na gerência de suporte da Prefeitura, exatamente no setor que acompanhava o projeto Jampa Digital. O rapaz foi assassinado dia 7 de fevereiro quando foi raptado por criminosos no Bancários, onde morava.
Bruno Ernesto foi colocado na mala de seu automóvel e levado para Gramame, região Sul de João Pessoa, onde foi covardemente executado com um tiro na nuca.
ASSASSINATO DE BRUNO, REPORTAGEM DO JAMPA NO FANTÁSTICO E OPERAÇÃO DA PF – Em três meses do ano de 2012 ocorreram três eventos que podem estar ligados, a execução de Bruno Ernesto ( dia 7 de fevereiro de 2012), reportagem do Fantástico mostrando indícios de superfaturamento e pagamento de propina no caso Jampa Digital ( dia 25 de março de 2012), e Operação da PF e CGU denominada Logoff ( dia 12 de maio de 2012).
PROCESSO HÁ 8 ANOS NO TCE – Daqui a 20 dias o processo do caso Jampa Digital vai completar 8 anos que tramita no Tribunal de Contas do Estado. Em maio de 2018 o pleno do TCE julgou irregulares as despesas do convênio que originou os recursos para implantação do projeto Jampa Digital pela Prefeitura de João Pessoa.
No julgamento o pleno do TCE aplicou multa a deputado Estela Bezerra, e imputou ao ex-secretário de Administração da Prefeitura de João Pessoa Gilberto Carneiro a devolução de R$ 355 mil , solidariamente com o espólio do ex-secretário Paulo Badaró.
Dois anos após o julgamento o processo ainda se arrasta no Tribunal de Contas do Estado. O último recurso de reconsideração de Gilberto Carneiro foi apresentado em maio de 2019, portanto está há 1 ano aguardando ser analisado para depois ter parecer do Ministério Público de Contas e enfim apreciado na Corte.
MORTE DE TEORI ZAVASCKI – Devido envolver autoridades com foro privilegiado o processo foi para o STF – Supremo Tribunal Federal – onde estava sob a relatoria do ministro Teori Zavascki, morto em acidente de avião em janeiro de 2017. Em março de 2017 assume o caso o ministro Alexandre de Moraes que por não mais investigados com foro no STF, encaminha o processo ao STJ, e ao Tribunal Regional Federal, 5ª Região, em Recife.