O ex-governador Ricardo Coutinho montou toda uma megaestrutura em sua defesa para conseguir sair logo da prisão. Contratou filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, um ex-ministro do próprio STJ, conseguiu que o habeas corpus chegasse a Napoleão Nunes Maia ( por impedimento do presidente e ausência da vice presidente e demais ministros do STJ).
E na Sexta Turma comemorou a mudança de entendimento de alguns ministros para livrá-lo da prisão por 4 votos a 1. O ministro Rogério Schietti votou pela permanência do ex-governador na prisão, “pela dimensão, variedade e permanência dos supostos crimes, julgo prematuro concluir que os delitos apurados teriam se encerrado em 2018”, fundamentou.
Ainda comemorando o resultado o ex-governador amargou a notícia de que cumprirá medidas cautelares impostas pela ministra Laurita Vaz, relatora da Calvário no STJ. Tem que ir ao Juízo periodicamente, não pode sair da comarca onde reside e não pode ter contatos com os outros investigados.
Mas a pior notícia foi nesta sexta-feira, dia 21, quando o desembargador Ricardo Vital de Almeida, determinou ao ex-governador e mais sete investigados da Calvário, o uso de tornozeleira eletrônica.
O ego do ex-governador foi atingido no alvo. A sociedade paraibana já demonstrava nas redes sociais e na mídia toda a sua indignação em razão da liberação de todos os investigados no maior escândalo de corrupção na história da Paraíba.
Dessa vez o ex-governador não poderá reclamar que são setores da imprensa pegando em seu pé.
O fato é que a lei prevê, e a decisão atingiu, de uma só vez, dois pontos frágeis de Ricardo Coutinho : o tornozelo e a vaidade.
Marcelo José
Jornalista e advogado