O prefeito de Campina Grande , Bruno Cunha Lima, começa 2024 exatamente na mesma forma que terminou 2023 : despencando, ele e a gestão.
Quem estava acostumado a ver prefeitos de Campina Grande atraírem os olhares da classe política e da imprensa como um líder natural às disputas de governador, se depara com um gestor mediano, de mente difícil, relacionamento complicado e gestos pouco compreensíveis.
Não estamos falando da pessoa de Bruno Cunha Lima Branco, jovem de 43 anos, formado em direito que começou sua vida política no DCE ( Diretório Central dos Estudantes) no curso de Direito, conseguindo sua eleição de vereador em Campina Grande, com futuro e expectativas promissores.
Estamos falando do político, gestor, atual prefeito da segunda maior cidade da Paraíba, uma das mais belas e importantes do interior do Nordeste brasileiro.
Bruno até hoje não conseguiu ser convincente em gastos de R$ 7,8 milhões com iluminação de Natal, enquanto a Maternidade do ISEA sofria com apagões que colocaram em risco a vida de bebês.
Ninguém consegue entender o tratamento que Bruno dispensou a Romero Rodrigues, que resultou numa relação de cristal quebrado. E se ele é o prefeito porque não consegue dialogar e frear a crise que implodiu no grupo político que seria a base da oposição ao Governo do Estado ?
Pois os efeitos estão aí. Se Bruno não consegue se resolver com Romero, que foi seu grande e decisivo cabo eleitoral para torná-lo prefeito de Campina, imagina com vereadores que perderam a confiança na força do gestor que se diz líder.
Gastos excessivos na iluminação, apagão na maternidade, crise com Romero e outros aliados, problemas com a Câmara de Vereadores, perda de apoio, e minoria da Câmara. O problema de Bruno não é pouco, e ele deve assumir as broncas e resolvê-las.
Para quem não parou para pensar bem sobre a conjuntura em Campina Grande, a situação de Bruno está tão difícil, que agora quem vai decidir o futuro político da cidade não será mais ele, mas a decisão do ex-prefeito e deputado Romero Rodrigues.
Quando você é o prefeito e o futuro político da cidade não depende mais necessariamente de sua decisão, mas de outro personagem político, é sinal que tem tudo pra ter um péssimo desfecho.
Sem sobras de dúvidas que a ausência do sábio , sereno e estratégico, Ivandro Cunha Lima, avô de Bruno, esteja sendo sentida, afinal Ivandro faz muita falta como ser humano e como conselheiro e líder político.
Não digo que é irreversível. Afinal aprendemos que na política, com humildade, sabedoria e estratégia, há sempre uma chance de reverter o quadro.
Mas a título de hoje, embora no honrado cargo de prefeito da ilustre Campina Grande, Bruno Cunha Lima, está muito menor do que quando entrou pra comandar a gestão.
Marcelo José
Jornalista e advogado