Em 1923 chegava à cidade de Princesa Isabel, no sertão do estado da Paraíba, Eiji Kumamoto, o primeiro imigrante japonês em território paraibano.
As comemorações do centenário da chegada de Eije Kumamoto, primeiro japonês na Paraíba, fazem parte da solenidade de abertura do XVIII Festival do Japão na Paraíba, no próximo dia 15 de setembro, às 19h no teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa.
Também na solenidade de abertura do XVIII Festival do Japão na Paraíba, no Espaço Cultural será entregue a condecoração imperial Ordem do Sol Nascente à professora Alice Lumi Satomi, pesquisadora de cultura japonesa no Brasil.
A família de Eiji Kumamoto, representada pelo filho do imigrante japonês, ´médico cardiologista Ítalo Kumamoto, está convidando amigos, apoiadores da integração Brasil/Japão e da cultura japonesa, para a cerimônia no Espaço Cultural.
CHEGADA DE EIJE KUMAMOTO À PARAÍBA EM 1923 – Relato do filho, médico cardiologista Ítalo Kumamoto, um dos quatro filhos do primeiro imigrante japonês na Paraíba, Eije Kumamoto, chegou ao Brasil entre 1918 e 1920, em São Paulo.
Eiji Kumamoto chegou ao interior de São Paulo junto com um irmão chamado Yuguma. Em 1923 Eije Kumamoto chegou em Recife, e de lá foi levado pelo coronel José Pereira de Lima, para a cidade de Princesa Isabel, no sertão do estado.
Conta doutor Ítalo Kumamoto que seu pai, Eiji Kumamoto, ao chegar em Princesa Isabel, fez de tudo um pouco.
HOMEM DE CONFIANÇA DO CEL JOSÉ PEREIRA – “Comerciário sem falar português, gerente de usina elétrica, chegando a ser o homem de confiança do Coronel na revolução de 30, quando Princesa se declarou território livre, se separando da Paraíba, governada pelo então Presidente João Pessoa. Cessada a revolução, papai se casou em 1937 com uma princesence , Marly Duarte. Três homens e uma mulher, 3 médicos e um advogado e professor”, relata Dr Ítalo.
POLÍCIA TOMOU SEUS DOCUMENTOS NA II GUERRA MUNDIAL – “Quando o Brasil declarou guerra a Alemanha-Japão meu pai foi chamado pela polícia e eles levaram todos os seus documentos e meu pai perdeu o contato com toda a sua família, tanto no Brasil, como no Japão. Meu pai faleceu em 1992, dizendo que seu documento era “sua cara”. Hoje, nós moramos em João Pessoa”, conta doutor Kumamoto, filho de Eije.
Em artigo, Mardson Medeiros, cita que no ‘livro “Princesa Antes e Depois de 30”, o cronista Paulo Mariano também relata que, durante a Revolta Armada em 1930, Eije ficou “encarregado da folha de pagamento do ´coronel´”.
UFPB RECEBERÁ TAMBÉM O XVIII FESTIVAL DO JAPÃO NA PARAÍBA
De 15 a 17 de setembro, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio da Agência UFPB de Cooperação Internacional (ACI), receberá o 18º Festival do Japão. Em sua programação, que ainda está sendo finalizada, segundo os organizadores, o evento contará com apresentações culturais, oficinas de artesanato, palestras e outras ações.
Na ocasião, em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa na Paraíba, o Festival homenageará Eiji Kumamoto, primeiro imigrante nipônico na Paraíba, tendo se instalado em 1923 em Princesa Isabel, cidade do sertão do Estado. Após a chegada de Kumamoto, a presença japonesa no estado foi crescendo, e a capital João Pessoa virou o lar oficial de diversas famílias imigrantes na segunda metade do século XX.
O evento também terá a presença do Cônsul Geral do Japão de Recife, Hiroaki Sano, e da Professora Alice Lumi Satomi, do Departamento de Educação Musical da UFPB, que receberá, durante o festival, a condecoração imperial da Primavera com a Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro com Roseta. A homenagem é entregue em nome do imperador do Japão a cidadãos japoneses e estrangeiros que tenham prestado meritórios serviços ao país.
Além da UFPB, o 18º Festival do Japão tem o apoio do Consulado Geral do Japão e do Governo do Estado da Paraíba. O evento é promovido pela Associação Cultural Brasil-Japão da Paraíba (ACBJ-PB).