
Já está em poder do Ministério Público da Paraíba uma mensagem encaminhada por e-mail institucional de uma Escola Estadual, ao líder político da região, ex-senador Efraim Moraes, a chamada “lista da perseguição” com pedido para que os servidores públicos estaduais que não votaram em Ademir Moraes fossem demitidos.
A mensagem foi enviada no dia 19 de novembro, ou seja quatro dias após o resultado do pleito que reelegeu o atual prefeito José Alexandre de Araújo ( Zezé) do MDB, que obteve 5.787 votos, contra 3.455 votos do opositor, Ademir Moraes, do DEM, primo do ex-senador Efraim Moraes.
A família Moraes tem uma grande liderança em Santa Luzia e diversas cidades na região, porém a perda da eleição em Santa Luzia em 2016, e agora novamente em 2020 tem diminuído a força política do grupo, atualmente liderado pelo ex-senador Efraim Moraes, pai do deputado federal, Efraim Filho, do DEM.

A lista da “perseguição” como ficou conhecida ao vazar para imprensa, tem nomes de servidores que trabalham em diversos órgãos públicos estaduais na cidade de Santa Luzia, a exemplo do Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro (HMSC); da própria ECIT Padre Jerônimo Lawen, nas escolas estaduais Arlindo Bento, Coelho Lisboa, Pedro Anísio; na 23ª Ciretran; no Escritório da Emater, e até a serviço do campus do IFPB local.
A mensagem revela ainda que determinada pessoa em Santa Luzia conversou pelo whats com Ronaldo Guerra e Iara, chefe de gabinete e nora, respectivamente, do governador João Azevedo, e que teria o print da conversa informando que todos os que votaram em Zezé vão continuar trabalhando normalmente nos seus órgãos.

“Então você veja ai cada caso, porque elas me diziam e contavam fatos que aconteceu. Mais vamos ter cautela nessa triagem (sic) para não causar injustiça, T….. veio aqui e só apontou a mulher de …. e o povo de ….. porque não foi voto dele, mais um discurso só que esse povo votou só nele e a esposa dele sabia. Estou te passando ai o que me foi relatado. Por enquanto são esses, mais é numa boca só se você não tirar ……. na campanha de Faito [Efraim Filho] não vai ter 1.000 [votos] porque a revolta é porque ela anda nas repartições dizendo a todo mundo que ninguém vai sair não porque você não tem poder pra tirar ninguém, e anda com um print de uma conversa que teve com o secretário [Ronaldo] Guerra e Iara [Nora do Governador] garantindo que todos os que votaram em Zezé ficam”, diz trecho do e-mail.
NO MINISTÉRIO PÚBLICO
O caso já foi denunciado ao promotor de Justiça e coordenador da Promotoria de Santa Luzia, José Patrício. Vários servidores citados na referida lista, inclusive, já teriam procurado o Ministério Público da Paraíba (MPPB) em busca de proteção e segurança para continuar exercendo as respectivas funções.