A Operação da Polícia Federal que investiga uso de escritórios de advocacia para pagamento de propina, tráfico de influência no Superior Tribunal de Justiça e TCU, revela que após decisão do ministro Napoleão Nunes Maia, do STJ, a ex-primeira dama do Rio de Janeiro, advogada Adriana Ancelmo, por determinação do ex-governador Sérgio Cabral, pediu novos valores para serem pagos em contrato fictício.
A informação foi revelada pelo ex-presidente da Federação de Comércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, que assinou colaboração premiada e entregou um esquema criminoso que envolvia escritórios de advocacia para entrega de propina a agentes públicos, tráfico de influência junto ao STJ e TCU, lavagem de dinheiro entre outras práticas ilícitas.
Em seu depoimento na delação premiada o ex-presidente da Federação de Comércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, afirmou , “QUE, após as decisões monocráticas em medidas cautelares dadas pelo relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, em novembro de 2015, Adriana Ancelmo disse ao colaborador que, além dos honorários já pactuados, deveriam ser pagos honorários ao escritório Ferreira Leão Advogados Associados; QUE esse escritório não havia prestado qualquer serviço que fosse do conhecimento do colaborador; QUE, quando questionou a respeito de tal remuneração, Adriana Ancelmo disse ao colaborador que parte desse valor serviria para pagar a atuação….”, de um ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça.
MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA – O ministro Napoleão Nunes Maia tem uma relação com processos que envolvem a política da Paraíba. Ele foi relator de Aijes – Ações de Investigações Judiciais Eleitorais – contra o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. O ministro em seu voto absolveu o socialista das acusações de conduta vedada e abuso de poder político com viés econômico.
Além da esfera eleitoral um outro fato, a prisão do ex-governador Ricardo Coutinho, também chegou até o ministro Napoleão Nunes Maia. A defesa de Ricardo Coutinho impetrou habeas corpus para a soltura dele, junto ao STJ. Como um dos advogados era filho do então presidente do STJ, o ministro João Otávio de Noronha se averbou suspeito, a vice presidente do STJ estava viajando, e o pedido acabou chegando ao gabinete do ministro Napoleão Nunes Maia, que concedeu liminar em habeas corpus liberando Ricardo Coutinho da prisão.
A partir da liminar em habeas corpus com a soltura de Ricardo Coutinho da prisão, todos os demais presos na Operação Calvário, tiveram o benefício por extensão dos efeitos do habeas corpus, entre os quais Coriolano Coutinho, Waldson de Souza e Gilberto Carneiro.