A denúncia do Gaeco ,Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado , do Ministério Público da Paraíba contra o irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, Cori Coutinho, o ex-procurador Gilberto Carneiro, a ex-secretária Livânia Farias, e mais seis pessoas acusados de participarem de esquema de desvio de R$ 49 milhões da Prefeitura de João Pessoa, traz detalhes do Propinoduto em que um carro foi apreendido em 2011 com dinheiro para quatro dos envolvidos.
A APREENSÃO DO CARRO DO PROPINODUTO – Em 30 de junho de 2011, durante uma blitz de rotina, policiais suspeitaram e interceptaram um automóvel nas proximidades do Viaduto de Oitizeiro. No carro foram encontrada a quantia de R$ 81 mil, e um papel com iniciais e valores correspondentes a cada letra, revelado pela investigação como sendo realmente quantias destinadas a Coriolano Coutinho – C- 39.000,00 , Gilberto Carneiro – G- 28.,000,00 , Livânia Farias L- 10.000,00 , e Dra Laura – 4.000,00.
REMESSA DE DINHEIRO – A investigação do Gaeco apurou que os R$ 81 mil eram na verdade apenas uma das remessas de propinas pagas pela empresa Bernardo Vidal Advogados. O caso na época foi abafado , pois os envolvidos tinham ocupado cargo de secretários na Prefeitura de João Pessoa, e em junho de 2011 já eram figuras da cúpula do poder do Governo do Estado, na gestão do então governador Ricardo Coutinho.
APAGAR AS PROVAS – O motorista do carro, Rodrigo Lima da Silva chegou a ligar para o então procurador-Geral do Estado da Paraíba, Gilberto Carneiro, para lhe comunicar sobre a apreensão do carro e do dinheiro. Por esta razão a preocupação da cúpula do Governo foi de enviar José Vandalberto de Carvalho para assinar o termo de entrega dos objetos e documentos apreendidos, inclusive o celular, mas esse material em vez de ser entregue ao motorista foi dado outro destino.
As secretárias do Governo, à época, Livânia Farias e Aracilba Rocha, foram até o prédio sede da Secretaria de Segurança Pública e recolheram parte do material apreendido pelo polícia e que deveria compor o inquérito, mas foi entregue pelo então secretário-executivo de Segurança Pública, Raimundo Silvany.
Consta ainda das investigações que Aracilba Rocha e Livânia Farias, após recolherem parte do material, incluindo o celular e documentos, se dirigiram ao prédio da Rádio Tabajara , e lá entregaram ao então secretário de Comunicação do Estado, Nonato Bandeira. Esse material nunca mais foi encontrado.