É impossível 5 minutos de conversa em qualquer ambiente na Paraíba sem falar na Operação Calvário, investigação que desnudou e continua avançando no maior escândalo de corrupção na Paraíba.
Já são quatro fases deflagradas, 14 mandados de prisão preventiva cumpridos, 75 mandados de busca e apreensão cumpridos, 25 já são réus, incluindo as ações do Ministério Público do Rio de Janeiro, e da Paraíba, através do Gaeco – Grupo de Apoio Especial Contra o Crime Organizado na Paraíba – .
A investigação inicial no que se refere a desvios de recursos públicos da saúde na gestão de organizações sociais, a exemplo da Cruz Vermelha e Ipcep, envolve R$ 2 bilhões, porém, a Operação extrapolou o tema e navega em outros mares.
Ao contrário do que a organização criminosa divulga através de seus agentes remunerados com dinheiro sujo, as investigações avançam na quantidade, na qualidade e na comprovação dos crimes.
Imaginar que o grupo criminoso, que assaltou cofres públicos, e mantinha com dinheiro sujo apoio de setores e segmentos, não iria reagir, seria muita inocência.
O Gaeco sabe do tsunami que é o escândalo , e sabe também que o resultado de seu árduo trabalho estancará a sangria dos cofres públicos. O trabalho é intenso, extremamente sigiloso, responsável e estratégico. Capaz de suportar até as mais infundadas e injustas críticas e especulações.
O braço da organização criminosa chegava a ser invisível, em razão disso houve medidas estratégicas em relação ao tamanho e aos integrantes de apoio na investigação. O Gaeco não brinca em serviço.
O trabalho do Gaeco, do MP/PB, já despertou interesse de autoridades de órgãos estaduais e federais de fiscalização pelo país afora. O Brasil verá.
Não mais “dura lex , sed latex” : a lei é dura, mas estica.
Mas , “dura lex, sed lex”. A lei é dura, mas é a lei.
Marcelo José
Jornalista e advogado