Os pais de Bruno Ernesto, jovem assassinado em fevereiro de 2012, querem o afastamento da juíza e do promotor do caso em que se investiga quem teria sido o mandante do crime.
Dona Inês Ernesto do Rêgo Moraes e Ricardo do Rêgo Moraes, alegam que a magistrada é esposa de um delegado de polícia da cidade de Mamanguape, e a sogra dela é filiada ao PSB, partido político comandado na Paraíba, há muitos anos pelo ex-governador Ricardo Coutinho.
Quanto ao promotor, em documento já protocolizado na Procuradoria Geral de Justiça, os pais afirmam que o representante do Ministério Público, é genro de Carlos Pereira de Carvalho, superintendente do DER, cargo para o qual foi nomeado também pelo ex-governador Ricardo Coutinho.
Bruno Ernesto era gerente de suporte na Prefeitura de João Pessoa, na época em que o então prefeito da Capital Ricardo Coutinho anunciou o programa Jampa Digital, que virou objeto de Operação da Polícia Federal.
Bruno foi raptado quando chegava em sua casa, no Bancários, levado para a região sul da cidade de João Pessoa, em local deserto, na região de Gramame, e lá foi covardemente assassinado com dois tiros, um deles na nuca, caracterizando crime de execução.
Houve julgamento e alguns acusados foram condenados. O inquérito 1200 foi aberto no âmbito do Superior Tribunal de Justiça , para investigar se o então governador Ricardo Coutinho teria envolvimento com o crime.
Na campanha eleitoral Ricardo Coutinho surpreendeu a todos e não disputou o mandato de senador. Em janeiro após deixar o Governo, e perder o foro por prerrogativa de função, o inquérito 1200, saiu do STJ e desceu para a primeira instância, indo para a 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Ao tomarem conhecimento de que tanto a juíza, como o promotor, do caso, teriam ligações, seja por filiação partidária de parentes, ou por nomeação para cargos de confiança, demonstrando vínculos de apreço, confiança e bandeira política, os pais de Bruno Ernesto, resolveram encaminhar ao procurador-Geral de Justiça, documentos com exposição dos fatos e pedido de providência no sentido de que a magistrada e o representante do MP sejam afastados do caso.