Quando a imprensa livre do estado da Paraíba começou a divulgar os escândalos da Cruz Vermelha, Jampa Digital, “caso Desk”, Cuiá, Gari Milionário, Feijão Enterrado, entre diversos outros, houve quem dissesse que era factóide .
Com a aliança política fechada com o Partido dos Trabalhadores o Governo Girassol do PSB, de Ricardo Coutinho, deitou e rolou sem que nada de investigação o alcançasse.
Os Governo de Lula e Dilma, não apenas enviaram muitos recursos para obras na Paraíba, à exemplo de milhões de reais destinados a reforma dos estádios Almeidão, em João Pessoa, e Amigão, em Campina Grande. A gestão do PT no |Governo Federal era a força política que dava respaldo à Ricardo Coutinho na Paraíba, em todos os sentidos.
Mas a bola de neve se formou. Denúncias e investigações envolvendo muito dinheiro começam a revelar, muitos anos depois, a realidade do que ocorria nos gabinetes de autoridades em nosso estado. As gravações recentemente reveladas comprovam isso.
O Jampa Digital, projeto anunciado em 2010 para tornar João Pessoa a primeira Capital Digital do país, foi parar nas páginas policiais. Uma Operação da Polícia Federal resultou em constatação de superfaturamento, e desvio de recursos para a campanha eleitoral de 2010. A reportagem do Fantástico mostrou todo o esquema, que serviu a alguns políticos, mas ao povo não.
O Tribunal de Contas do Estado julgou irregular a execução do projeto Jampa Digital, imputou ao atual procurador do estado, Gilberto Carneiro, solidariamente´com o espólio do ex-secretário Paulo Badaró, a devolução de R$ 355 mil, além de multa a Gilberto Carneiro e Estela Bezerra, secretários de Administração e Planejamnto, respectivamente na Prefeitura de João Pessoa, em 2010.
O processo do Jampa Digital, devido envolver figuras com cargo políticos, tramitou no STF, e agora está no Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife. Não se surpreendam se a qualquer momento a Jampa cair na cabeça de quem desviou sua finalidade.
O “caso Desk” ficou conhecido a partir do momento em que o Ministério Público identificou falsificação de documento público para tentar “legalizar” uma licitação para compra de carteiras pela Prefeitura de João Pessoa também em 2010. O então secretário de Administração, Gilberto Carneiro, hoje procurador geral do Estado, virou réu na Ação Penal ajuizada pelo MP, e que tramita na 1ª Vara Criminal da Capital.
O escândalo da Cruz Vermelha agora revela um esquema ardiloso de contratação de empresas com superfaturamento, desvio de recursos, e pagamento de propina, segundo denuncia do Ministério Público do Rio de Janeiro. A Paraíba já pagou R$ 1 bilhão à Cruz Vermelha Brasileira, que ainda administra o Hospital de Trauma de João Pessoa.
Para quem achava que denúncias, investigações do MP, da Polícia Federal, da CGU e outros órgãos de fiscalização não daria em nada, é só esperar pra ver.