Após sete anos de tentativas frustradas de diálogo com o Governo do estado, os auditores do Fisco, decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado na Paraíba. Sem o mínimo de diálogo, e com perdas salariais, falta de estrutura, fechamento de repartições do órgão, ataques a honra dos profissionais, a categoria não mais suportou. Uma carta aos paraibanos explica as razões da medida garantida constitucionalmente, que é a greve, para cobrar do Governo o mínimo possível aos trabalhadores. Veja a carta abaixo :
Caros(as) Paraibanos(as),
Ao longo de 07 (sete) anos, o Fisco paraibano e seus dedicados servidores tentamos, arduamente, ser recebidos pelo governo do Exmº Sr. Governador Ricardo Coutinho, no intuito de firmar a parceria exitosa que sempre existiu entre o Fisco e Governo do Estado.
Ofícios após ofícios, fomos reiteradamente ignorados, quando não mesmo destratados e até caluniados, ainda assim mantivemos nossa função com orgulho, afinco e responsabilidade.
No transcorrer desses anos, ocorreu o fechamento de diversas repartições fiscais. A estrutura física da Secretaria de Estado da Receita tem se deteriorado, seja pela obsolescência dos sistemas eletrônicos, sejam prédios em colapso estrutural, culminando com telefones que são desligados sem aviso prévio, reiteramos, ainda assim mantivemos nossa função com orgulho, afinco e responsabilidade.
Apesar da falta de suporte, descaso e mesmo desdém por parte do Governo, o Fisco paraibano alcançou com sua dedicação um incremento de 109% nas receitas próprias do Estado.
Contudo, nem mesmo os resultados vitoriosos dos Servidores Fiscais foram capazes de sensibilizar o Exmº Sr. Governador para recuperarmos as perdas inflacionárias de mais de 41%.
Os Servidores Fiscais fomos pacientes, mesmo sendo desvalorizados; dedicados, mesmo sendo ignorados; e eficientes, mesmo com a ampla defasagem salarial.
As auditoras e os auditores fiscais não brigamos por mero aumento salarial, como alguns tentam simplificar, mas por diálogo, respeito, infraestrutura e por reposição de perdas inflacionárias que, atualmente, dão ao Fisco paraibano o pior salário dentre os fiscais do Brasil.