O governo e as forças da sociedade que fingem atuar como se por ela fosse. Ao tentar desviar a indignação latente em cada cidadão com a corrupção, o verdadeiro cancro desta nação, tiveram uma derrota fragorosa ao ter de desistir da votação do fim da Previdência.
Tentaram fazer crer que essa é a causa dos males, como era a CLT. Só que o cidadão começa a receber sinais de que a reforma trabalhista não veio exatamente melhorar a sua vida, como alardearam, e se somou às estruturas de Estado para brecar a da Previdência. Afinal, se parece que não foram confiáveis naquela, por que seriam confiáveis nesta?
E o tempo deverá sedimentar esse entendimento. Essa sensação foi um grande aliado. Não se trata de demonizar a classe política nem os mercados, mas o que há de pior em ambos se uniu milionariamente na tarefa de fazer do Brasil um Estado fraco, pouco regulador e com baixa capacidade de intervenção para que ele, mercado, faça as regras. Com a sensibilidade social que, reconhecidamente, lhe falta. Não dá. Nenhum lado deve fazer sozinho as regras.
Tão milionária e dominadora estrutura, conseguiu a quase unanimidade nos meios de comunicação mas, mesmo entre esses, sua credibilidade e argumentos começam a fazer água. Que se volte ao foco principal, a corrupção. Combatê-la sem trégua e sem ideologizar, mas por combater o errado, quem quer que seja, firmes na premissa de que o homem que se vende recebe mais do que vale. Reajustar o foco: Salários e aposentadorias pagam impostos e movimentam a economia, já a corrupção vai parar nos paraísos fiscais e em apartamentos e malas de Gedéis. Em quantidades e quantias até então inimagináveis e que parecem ser apenas a ponta do iceberg.
A guerra sempre exige que nos mantenhamos atentos mas, se o episódio nos convida aos desejos de ano novo, que 2018 restabeleça o equilíbrio sadio de se ter nos parlamentos a adequada representação de todas as forças da sociais. Este equilíbrio que vem se perdendo cada vez mais a cada nova legislatura. Apenas o debate sadio, equilibrado e democrático, com todos os segmentos proporcionalmente representados produzirá os ajustes corretos, que exprimam o desejo da sociedade.
As redes sociais com a sociedade articulada conseguiram neutralizar a montanha de dinheiro despejado na guerra desigual da informação. Que isso também se sedimente em 2018 e mude o modo de se fazer campanhas e política. A Fenamp em atuação integrada com outras entidades representativas dos servidores públicos estão ativas e em estado de luta permanente na defesa de nossos direitos e prerrogativas. Abraço a todos.
Aloysio Carneiro Junior – coordenador executivo da Fenamp