O governador Ricardo Coutinho voltou a afirmar nesse final de semana em evento do seu partido, o PSB, que permanecerá no cargo até o fim do Governo. Ele tem sete meses pela frente para decidir se fica até o fim ou se desincompatibiliza no final de março do ano que vem. Se ficar no Governo, terá o mandato e a caneta para ajudar João Azevedo a se tornar governador da Paraíba. Se deixar cadeira se credencia a ser eleito senador por oito anos , com mandato até 2025.
Qualquer que seja a decisão há risco e vantagens. Analisemos as duas hipóteses:
Se ficar no Governo :
Caso fique no Governo, Ricardo Coutinho, vai comandar o processo eleitoral com seus aliados, na cadeira de governador e com a caneta na mão. Vai ter espaço para negociar alianças e apoio para seus candidatos a governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Quem vive na política sabe como isso funciona. Um deputado federal, de outra legenda, bem votado e estruturado negocia com o Governo e apoia alguém do PSB a deputado estadual, no final todos saem ganhando. E assim ocorre com deputados estaduais fortes, que recebem apoio do Governo para votar nos candidatos a governador, senador e deputado federal do PSB. Não tem mistério a receita é essa.
Permanecendo no cargo, porém, vai arriscar tudo ou nada. Se vencer eleição e fizer o sucessor, mesmo de fora, vai continuar comandando. Outro aspecto favorável à sua permencência é o fato de que no Governo Ricardo vai azeitar a campanha dos candidatos do PSB, a senadores, deputados federais e estaduais. Não resta dúvida de que se ele estiver no Governo a chance de eleger uma bancada maior é inegável.
Se ficar no Governo e perder as eleições, o governador pode fazer uma boa bancada de estaduais e federais, mas vai ficar fora do poder, pelo menos até as eleições de 2020, quando deverá concorrer à Prefeitura da Capital.
Se sair do Governo :
Se sair do Governo em março do que vem para se desincompatiblizar e se lançar candidatoa senador, Ricardo é favorito a uma das vagas ao Senado, mas não contará com o poder da cadeira e da caneta. E isso preocupa o governador. Quem estiver no cargo é quem vai ter a prioridade das alinças com prefeitos, deputados e lideranças políticcas. Quem vai costurar as alianças partidárias, bancar a chapa de governador, vice, e senadores ?
Se escolher ser candidato a senador se afastará do poder, algo que já aprendeu a gostar. Se ficar no Governo vai arriscar tudo ou nada. São sete meses pra decidir. E o futuro político para arriscar.
Marcelo José