Na história das alianças entre Maranhão e Ricardo Coutinho, o segundo sempre foi o beneficiado. Os acordos sempre foram no sentido do hoje senador aglutinar prestígio, apoio e votos, ao hoje governador. Isso desde 2004 quando houve o primeiro pacto entre os dois para eleger Ricardo Coutinho prefeito da Capital.
ALIANÇA EM 2004 – Nas eleições de 2004 o PMDB de José Maranhão tinha candidato, Manoel Júnior, que recebeu carta branca para trabalhar seu nome na Capital. O PSDB do então prefeito Cícero Lucena e do governador Cássio Cunha Lima apresentou a candidatura de Ruy Carneiro. E após deixar o PT, Ricardo Coutinho, abraçado e acolhido por Nadja Palitot , foi lançado candidato pelo PSB.
Ricardo sabia que o apoio do PMDB era essencial à sua campanha ao Paço Municipal. Por isso não exitou em procurar Maranhão, que não era o empecilho, mas alertou que o que poderia ser feito á época era convencer Manoel Júnior. E foi isso que aconteceu MJ foi convencido, foi lançado vice , e a chapa Ricardo/Manoel foi vencendora nas eleições. Sem dúvida o PMDB de Maranhão foi decisivo para eleger Ricardo Coutinho prefeito da Capital em 2004.
ALIANÇA EM 2006 – Nas eleições de 2006 a aliança entre Maranhão e Ricardo não deu resultado favorável ao senador Maranhão em chegar ao Governo do Estado. O apoio do socialista não foi suficente. Só um dado decisivo naquelas eleições. Enquanto em Campina Grande, com eleitorado de 253 mil votantes, o candidato Cássio impôs uma diferença de 80 mil votos ( 143 mil votos pra Cássio x 63 mil votos para Maranhão), em João Pessoa o resultado em favor de Maranhão foi de 75 mil votos ( 208 mil votos para Maranhão x 133 mil votos para Cássio.
Com a vitória de Cássio em 2006, sendo reeleito governador, a lógica apontava que pra Ricardo o caminho estava sendo preparado para disputar mandato de governador, indicado pelo grupo de oposição aos tucanos, não podendo ser mais contra Cássio que acabara de ser reeleito. Mas logo em junho de 2007 Cássio teve o mandato cassado pelo TRE e Maranhão tinha tudo para assumir o Governo nos próximos meses.
ALIANÇA EM 2008 – Certo de que se fosse reeleito em 2008, seria candidato a governador em 2010, Ricardo Coutinho, tratou de colocar na sua reeleição de prefeito, um vice de seu partido, o PSB. Assim foi feito, indicou Luciano Agra, afastando o PMDB e o PT do cargo de vice. Para não assumir o ônus da rasteira no PMDB, o então prefeito, candidato a reeleição, Ricardo Coutinho criou o Conselho Político, órgão com caráter impessoal que assumiria a troca do vice prefeito na chapa ( Manoel Júnior por Luciano Agra).
Dia 17 de fevereiro de 2009 Cássio Cunha Lima é afastado pelo TSE e Maranhão toma posse como governador da Paraíba pela terceira vez ( 1995 a 1998, 1999 a 2002, 2009/2010). Uma decisão de Ricardo Coutinho revelou que a posse de Maranhão não era bem recebida pelo então prefeito e pretenso candidato a governador Ricardo Coutinho. O PSB proibiu os deputados da legenda de assumiram cargo na gestão de Maranhão, o que gerou muita uma grande interrogação e muita polêmica inclusive com o deputado Guilherme Almeida que foi convidado a ssumir um cargo no Governo.
Áquela altura a imprensa já trazia a informação de um encontro entre Ricardo e Cássio, que seu uniram no ano seguinte para derrotar Maranhão em 2010, e eleger Ricardo governador e Cássio senador. Mas a aliança entre Cássio x Ricardo não daria sinais de harmonia desde os primeiros dias da gestão de RC. Foi uma espécie de casamento de aparência.
ALIANÇA EM 2014 – Após o rompimento político entre Cássio e Ricardo, o governador voltou a investir no PMDB. Nas eleições de 2014 o partido de Maranhão se dividia entre candidatura própria ou apoiar RC. Após diversos debates internos, alguns acalourados, inclusive durante as madrugadas, o PMDB lançou o senador Vitalzinho candidato apenas para compor um quadro que pudesse evitar uma vitória no primeiro turno do candidato Cássio Cunha Lima. A estratégia deu certo, os 5% de votos obtidos de Vitalzinho, foram suficientes para garantir o segundo turno.
No segundo turno ,a disputa para presidente mais o trabalho de Veneziano, Vitalzinho, Nabor Wanderley e Gervasinho, entre outros, acabou empurrando o PMDB para os braços de RC, mais uma vez. O vice presidente Michel Temer chegou a vir à Paraíba para selar a aliança. Embora estivesse escaldado das alianças feitas com o governador Ricardo Coutinho, o senador Maranhão foi convencido pelo vice presidente Michel Temer, tendo em vista que a disputa no segundo turno para presidente colocava do mesmo lado o PT de Dilma, o PMDB de Temer e o PSB de Ricardo Coutinho. Do outro lado do PSDB do candidato à presidência Aécio Neves e o candidato a governador Cássio Cunha Lima.
O resultado de 2014 todos já sabem. Vamos aguardar para reescrever, ou não, a história em 2018…
Por Marcelo José