O inusitado caso da carga roubada de arroz que foi encontrada pela polícia no pátio do almoxarifado da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba ainda dará muito o que falar.
Parece enredo de filme a carga com vinte e uma toneladas de arroz, que foi roubada na cidade pernambucana de Surubim, ser encontrada, através de rastreamento, na eminência de ser distribuída aos presidiários paraibanos.
Uma tragicômica história que irá render bastante, pois dizem por aí que a tal empresa que vendeu o arroz roubado é “arroz de festa” nas licitações públicas da administração estadual e em diversos municípios da Paraíba.
O termo “arroz de festa”, pessoa que não perde uma só festa, dizem que surgiu a partir da tradição de jogar arroz em casais recém-casados, mas tudo indica que a expressão tem origem num doce português, parecido com nosso arroz doce, que nunca faltava nas festas da época.
Não vou aqui e condenar ninguém com a pressa de quem come arroz cru, mas também não vou ficar no feijão com arroz e não lembrar dos outros escândalos criminosos envolvendo o governo João Azevedo.
O governador João Azevedo inaugurou na Paraíba a busca e apreensão na granja Santana, residência oficial do governador, na suspeita de participar do esquema corrupto de seu padrinho e antecessor Ricardo Coutinho.
Delações premiadas apontam que o atual governador da Paraíba recebeu propina e foi beneficiado eleitoralmente pelo esquema corrupto que saqueou recursos da saúde e também da educação.
Não há como negar, que o governador João Azevedo foi “arroz de festa” do governo Ricardo Coutinho, que recentemente teve novamente suas contas rejeitadas no TCE, Tribunal de Contas do Estado, pela unanimidade dos votos.
Não é de hoje que este governo cheira a arroz queimado, com cheiro de tapuru da corrupção, mas como a fome por poder é grande, muita gente come e enche o bucho mesmo com esse cheiro de arroz bichado e queimado.
No final das contas, no passado recente, os escândalos eram mais chiques, tinha lagosta, camarão e até distribuição de caixas de vinho e agora é carga roubada de arroz, mas ninguém larga o osso, o governo segue com maioria na Assembleia, de prefeitos e boa parte da imprensa.
A festa precisa continuar. — Só sei que hoje vou comer macarrão, estou meio enjoado de arroz.