O novo presidente do Senado da República nasceu em Porto Velho, Rondônia, mas foi criado na cidade mineira de Passos. Como bom mineiro tem fala mansa, ponderada, num tom educado e cordial, mas até então uma incógnita.
Pacheco está em seu primeiro mandato eletivo como Senador e já alcançou a confiança dos seus pares para presidir o Senado da República, notadamente no biênio mais dramático da história do Brasil e do mundo, diante da trágica pandemia que nos assola.
O então Senador por Minas Gerais chegou à presidência do Senado com apoio de senadores governistas e oposicionistas, com um desafio que vai além de pautar as grandes reformas que o país necessita, como bem mais que tocar os projetos pertinentes ao enfrentamento da pandemia.
O grande desafio de quem ocupa a cadeira do terceiro na linha sucessória do presidente da República, neste momento, é resgatar o Senado da covardia, da superveniência ao Supremo Tribunal Federal.
O saudoso imortal da academia de letras, o mineiríssimo Otto Lara Resende tem uma frase atribuída a ele que diz:
“O mineiro só é solidário no câncer”.
Na frase do célebre escritor mineiro de São João Del-Rei temos a demonstração que a solidariedade brasileira só surge no caos, nas grandes tragédias e não deixa de ser uma verdade.
Rodrigo Pacheco só vem sendo solidário na questão da pandemia e parece que vai pautar as reformas, mas pelo andar da carroça não vai soerguer o Senado da República ao seu papel de protagonismo e importância.
Os onze ministros do STF, sem o voto popular, seguem pautando o país, muitas vezes atropelando o parlamento e em especial o Senado que tem o poder de colocar freios, nada faz e se acovarda.
Paira uma espada de Damocles, em analogia ao conhecido conto romano, na cabeça de muitos senadores com processos penais, que seguem sem julgamento no STF. Nesta CPI do Covid, por exemplo, todos os 11 titulares respondem processos.
O teste de fogo para Pacheco foi com a abertura a fórceps da CPI do Covid através de uma decisão monocrática do ministro Luís Roberto Barroso, onde passivamente acatou.
Rodrigo Pacheco inaugura o novo pachequismo, para quem não lembra, o termo pachequismo surgiu com a Copa de 1982, em consequência ao personagem criado pela Gillette para um comercial, que mostrava um torcedor fanático, até ridículo, com seu patriotismo exacerbado apenas no futebol.
O pachequismo do nosso presidente do Senado é diferente, mas traz semelhança, pelo visto ele vai demostrar patriotismo só na hora do gol, só nas pautas positivas, aplaudidas pelo politicamente correto e não vai de forma alguma enfrentar o que deveria, até para surgir como opção para a tal terceira via, tão sonhada por alguns para a disputa eleitoral de 2022.