O vale tudo contra Bolsonaro não vale nada para o Brasil e as mortes que se avolumam, os dramas, as falências, não são capazes de trazer um mínimo de bom senso e união necessária para atravessarmos a mais grave crise sanitária da humanidade.
Não resta dúvida que aproveitaram a pandemia, o pânico gerado na população, que assustada não tem a mesma disposição de se manifestar nas ruas como nos últimos anos, mesmo que siga indignada com tudo o que vem acontecendo.
A destruição da operação Lava Jato, a devolução dos direitos políticos de Lula, a tentativa cotidiana de encurralar o Presidente da República, agora através de uma CPI de caráter nitidamente eleitoreiro são exemplos que a pandemia vem servindo ao sistema corrupto que por décadas comandou o Brasil.
A pandemia se tornou um paraíso para governadores e prefeitos, nunca estados e municípios receberam tantos recursos federais, os caixas estão cheios, os gastos não precisam de licitação e os custos diminuíram com os vários serviços suspensos.
As repartições estão vazias, servidores estão em casa e em muitos estados e municípios as crianças estão sem aula faz mais de um ano, ou seja, não há custo com transporte escolar, nem com água, luz, telefone e com a cocção da merenda escolar.
Por sua vez, a farra de compras e contratos sem licitação ocorre de forma escandalosa e despudorada, com gestores desviando, literalmente roubando recursos que poderiam salvar vidas.
A grande imprensa também caiu nessa, escolheu o presidente como vilão, enquanto é regada com recursos federais que foram transferidos para estados e municípios.
Vejam que estados, que antes atrasavam salários, que apresentavam déficits milionários por seguidos anos, em 2020, graças aos repasses federais apresentaram superávit, mesmo com pessoas morrendo por falta de leitos de UTI, oxigênio e insumos para entubação. Essa combinação de superávit e falta de leitos por si só é genocídio.
A CPI vem aí, mas lamentável ver que figuras como o Senador Renan Calheiros, réu e investigado em mais de 17 inquéritos no STF, muitos próximos da prescrição penal, despontando como favorito a ser o relator da CPI do Covid. Realmente esse país não é para amadores.
Aliás, além das esferas do executivo, união, estados e municípios, o judiciário também deveria ser investigado, em particular o próprio ministro Luís Roberto Barroso, pelo fato de ter presidido o TSE na organização e realização das absurdas eleições de 2020.
O Senado perdeu três senadores vítimas Covid 19, o Senador paraibano José Maranhão inclusive foi contagiado exatamente nas eleições municipais e não resistiu. Não é possível que haja uma CPI na casa alta do parlamento brasileiro e não seja passado a limpo os fatos ocorridos nas eleições de 2020.
O que se viu em todo o país foi um verdadeiro carnaval fora de época, que levou milhares de pessoas a morte, mas durante as eleições, o noticiário deixou a pandemia de lado, o TSE dizia seguir a ciência e toda a classe política estava nas ruas, buscando poder.
A pandemia vem sendo a tempestade perfeita para os gatunos e a CPI com o risco de ser o picadeiro eleitoreiro para a volta de muitos deles aos poder, enquanto isso estamos à mercê do mortal vírus do Covid e da corrupção, essa sim a variante mais perigosa e mortal.
*pesquise no portal da transparência do Fundo Nacional de Saúde o saldo nas contas dos respectivos fundos estaduais e municipais de saúde (https://consultafns.saude. gov.br/#/conta-bancaria). Esses recursos são “carimbados” e só podem ser utilizados na saúde.