Ao longo dos anos o Gaeco – Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – do Ministério Público da Paraíba, ganhou protagonismo por investigar organizações criminosas danosas aos recursos públicos no estado.
Escândalos que ganharam repercussão na mídia nacional, quer seja pelo volume de recursos desviados, quer seja pela complexidade da engenharia das organizações criminosas.
Grupos criminosos com núcleos estabelecidos, tarefas específicas e um só objetivo: Desviar recursos sobretudo da saúde e da educação, em grandes quantidades, para enriquecimento ilícito de políticos, servidores e empresários.
A discrição e temperança dos membros do MP que compõem o Gaeco é algo a destacar. Sem alardes, exibicionismo, nem holofotes os promotores cumprem estritamente o papel do parquet , e só. Ao contrário de outros segmentos.
A missão não é fácil. Afinal investigar, denunciar e condenar organizações criminosas cujos líderes têm alto nível de influência e poderes político e econômico, definitivamente não é fácil.
Desvendar a engenharia de organizações criminosas com braços em órgãos, instituições e poderes, não é trabalho para qualquer um. E isso merece reflexão e apoio da sociedade.
É claro que organizações criminosas estruturadas com grandes volumes de recursos tendem a utilizar grandes escritórios e a elástica flexibilidade das normas penais, para em nome da ampla defesa e do contraditório, retardar ao máximo os julgamentos, ainda na primeira instância.
Mas as revelações do que antes estava escondido acabam por produzir um choque de realidade, e de conscientização, capazes de permitir ao cidadão/eleitor que faça o seu julgamento antes até dos tribunais.
No caso específico do Hospital Padre Zé, o Gaeco passa da condição de doador para investigador do escândalo de desvios de recursos, que até ao Papa, em Roma, já chegou.
Sucesso ao Gaeco. Sempre !
Marcelo José
Jornalista e advogado