A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, dia 17, uma Operação com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa responsável por desvios de recursos públicos na área da saúde, cujo prejuízo aos cofres públicos, chega a R$ 250 milhões.
Segundo a investigação a orcrim ( organização criminosa) se valeu da criação de duas entidades e uma rede de empresas de fachada, criadas em nomes de laranjas. O esquema, através dessa estrutura montada, simulava contratos cuja prestação de serviços não acontecia, desviando milhões de reais recebidos de municípios por meio de contratos de parceria na saúde.
NOS MOLDES DO ESQUEMA REVELADO NA OPERAÇÃO CALVÁRIO NA PARAÍBA E NO RIO DE JANEIRO – O esquema revelado é bastante semelhante com o que foi revelado pela força-tarefa da Operação Calvário na Paraíba coordenada pelo Gaeco(MPPB), Polícia Federal, CGU, TCU entre outras instituições.
O caso é semelhante ao desmantelado no Rio de Janeiro onde o Gaeco do MP do Rio de Janeiro comandou a investigação.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA – Segundo as denúncias oferecidas pelo Gaeco contra políticos, servidores e empresários, as Organizações Sociais eram contratadas pelo Governo do Estado e Prefeituras, para gerir hospitais de grande portes. Algumas dessas empresas, geridas por laranjas, tinha preferência nos contratos , nas gestões dos hospitais.
Alguns contratos eram superfaturados e em outros os serviços não eram realizados, gerando assim milhões de reais de desvios da área da saúde, sendo destinados a políticos, servidores e empresários.
OPERAÇÃO EM CIDADES DE SC, PR E SÃO PAULO – A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na data de hoje, operação policial destinada a desmantelar organização criminosa responsável por desvios de recursos públicos da área da saúde, em diversos municípios localizados nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
O ponto de partida para o inquérito foi uma Representação Fiscal para Fins Penais da Receita Federal trazendo à luz atividades suspeitas de institutos alvos dessa operação, que envolveu seus principais gestores. A organização criminosa, se valeu da criação de duas entidades do terceiro setor e de uma rede de empresas de fachada, criadas em nome de laranjas. Fazendo uso de tal estrutura, simularam diversos contratos, cuja prestação de serviços era inexistente, visando desviar mais de vinte e cinco milhões de reais, no período de 2014 a 2019, recebidos mediante termos de parceria com municípios brasileiros
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba/PR, Prudentópolis/PR e Biguaçu/SC. Ao todo, o prejuízo estimado atinge a cifra de quase duzentos e noventa milhões de reais. Os valores desviados não se limitaram apenas a transações financeiras, incluindo, também, a aquisição de imóveis, veículos, pagamentos de despesas pessoais e transferências diretas para contas de investigados e parentes.
Os investigados responderão pela prática dos crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva, sonegação de contribuição previdenciária, crimes tributários, lavagem de dinheiro e organização criminosa e, caso condenados, poderão ter aplicação de penas superiores a 45 anos de reclusão.
A Operação revela mais um caso alarmante de corrupção sistêmica, demonstrando a necessidade de vigilância contínua e aprimoramento dos sistemas de controle para garantir a integridade dos recursos públicos.