A morte de Silvano Silva, motorista de transporte coletivo de João Pessoa, revela a audácia e o avanço da criminalidade em João Pessoa. Muito mais do que isso expõe a sensação de insegurança e a dívida acumulada do Governo com os cidadãos, os pagadores de tributos.
A onda de assaltos em João Pessoa é uma realidade que amedronta quem mora e quem visita nossa cidade e nosso estado. Os vídeos que circulam nas redes sociais mostram a ação dos marginais contra turistas, contra famílias e contra trabalhadores em pleno exercício de sua profissão para ganhar o pão de cada dia.
Nos meus 32 anos de jornalismo eu nunca tinha visto uma cena em nosso estado como a que resultou na morte de Silva Silva, pai de família, de 48 anos de idade, que estava trabalhando. Os bandidos invadiram o ônibus, incendiaram e armados, deram ordem para que o motorista e os três passageiros não deixassem o transporte já em chamas.
A cena de terror ceifou a vida do pai de família. Não foi em lugar esmo, os bandidos incendiaram o ônibus em local movimentado na Avenida Fagundes Varela, cruzamento com a avenida Mandacarú, principal corredor entre o Centro da cidade e a orla, Retão de Manaíra e bairro do Bessa.
Não vou ficar aqui citando os detalhes da ação dos bandidos parando carros em bairros como Brisamar, Manaíra, Tambaú e tantos outros locais. O filho de um servidor público, conhecido meu, teve o carro , tipo Tracker, tomado por três assaltantes, enquanto aguardava o caminhão do lixo sair da frente do portão da garagem.
E não adiante jogar a culpa na Polícia, nem na Militar que tem missão preventiva, nem a Civil que faz a repressão e a investigação dos crimes. Os policiais se desdobram, fazem “serviço extra” em suas folgas para aumentar a remuneração, mas não conseguem dar conta.
Não tem como acreditar no sistema de segurança quando os próprios profissionais da segurança pública não acreditam mais no gestor. Muito pelo contrário o sentimento é de decepção, de frustração, de desvalorização.
Quando o gestor não tem condições de cumprir seus compromissos assumidos com os profissionais que trabalham diuturnamente para diminuir os índices de criminalidade, qual o compromisso com a segurança dos cidadãos, que são lembrados só de quatro em quatro anos ?
A sensação de insegurança em João Pessoa está nas conversas no trabalho, entre vizinhos, e nos relatos de que alguém de sua casa ou de sua família já foi vítima da ação dos marginais.
Uma moto ou um carro tomado por assalto, o celular que os bandidos em motos levaram, a bolsa, a carteira e o relógio abruptamente surrupiados , uma arma na cabeça, ou diversas outras formas de violência contra os cidadãos de toda as idades, jovens, adultos e idosos.
Estamos em situação tão crítica que as cenas de violência estão se tornando rotina. Nem um amigo coronel da Polícia Militar da Paraíba escapou. Foi alvo de criminosos fortemente armados no bairro de Manaíra que levaram sua arma e outros pertences.
À família do motorista Silvano Silva, nossas condolências.
Aos paraibanos, cuidem-se.
VEJA OS VÍDEOS DO INCÊNDIO :
