Após a decisão do juiz da 2ª Vara do Trabalho de Campina Grande que determinou, nesta quarta-feira , dia 3, o afastamento de Francisco Benevides Gadelha (Buega Gadelha) da presidência da Federação das Indústrias da Paraíba (FIEP), o advogado Ariano Fernandes Filho, que atua no processo movido pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico e de Resinas Sintéticas (Sindiplast-PB), comentou a determinação do magistrado.
“A decisão foi em série de liminar, mas temos esperança de que o juiz ratifique a liminar em sentença e esperamos que Buega continue afastado para que os filiados possam arrumar casa e sanar as irregularidades para a federação funcionar”, destacou Fernandes.
De acordo com o advogado, Buega Gadelha “não cumpre adequadamente as atribuições de presidente da FIEP e vem tratando a federação como um patrimônio próprio”.
“Ele não fez as aprovações de contas de 2021, não fez a assembleia de conselho para aprovar as contas da FIEP de 2021, não apresentou o orçamento de 2022 e também não aprovou as contas de 2022”, ressaltou.
Com o afastamento determinado pelo juiz, os advogados dos sindicatos autores esperam que as denúncias envolvendo a FIEP sejam apuradas mais a fundo.
“É uma pena que uma federação como a FIEP esteja passando por um processo de judicialização tão grande. Esperamos que as denúncias sejam apuradas mais a fundo, pois a instituição é muito importante para a economia paraibana”, finalizou Fernandes, que atua no processo com os advogados Vinícius Holanda de Vasconcelos, João Martins e Caio Serrano, sócios do escritório Fernandes Fonsêca Advogados.
Além da falta de transparência e de prestação de contas na gestão da FIEP, o pedido de tutela provisória movido pelo Sindiplast-PB, baseou-se em uma denúncia do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que põe Francisco de Assis Gadelha como líder de uma organização criminosa voltada a práticas de fraudes em licitações e apropriação indevida de valores do SESI na Paraíba, instituição administrada pela FIEP, como também em documentos contábeis da própria entidade que apontam o desvio dos recursos sindicais para o pagamento de despesas particulares da família Gadelha. .
Dessa forma, os advogados alegam que “as denúncias têm prejudicado gravemente, de forma reiterada, os interesses de empregados e empregadores do setor industrial paraibano mantendo uma organização criminosa em funcionamento no seio da federação, razão pela qual não possui mais condições de permanecer na presidência da FIEP, devendo ser imediatamente afastado por este juízo”.