O clima nunca foi tão tenso como esses dias que antecedem as eleições para presidência da FIEP-PB – Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – .
Precisando espantar os escândalos revelados por operação da Polícia Federal , a FIEP busca oxigenação em seu corpo de diretores.
As eleições estão marcadas por ações judiciais e decisões que afastaram o presidente Buega Gadelha da condução do processo devido a falta de credibilidade e transparência.
O caso chegou a situação tão grave que o pleito não será na sede da entidade, mas sim no Ministério Público do Trabalho.
A FIEP administra o SESI, o SENAI, o IEL (Sistema S) concorrendo na gestão de milhões de reais advindos do Governo Federal.
As Operações da Polícia Federal Fantoche e Cifrão expuseram figurões que estão no comando das entidades há quase três décadas.
Pela denúncia oferecida na Justiça teria sido instalada uma indústria de propina na FIEF, na qual construtoras pagavam altos valores antecipadamente, e depois ganhavam contratos milionários para realizar obras de construção e reforma de Centros de Atividades.
As investigações da força-tarefa formada por Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) revelaram fraudes em licitações para beneficiar determinadas construtoras, cujos empresários tinham vínculos com colaboradores e até dirigentes do Sistema Indústria na Paraíba ( FIEP, SESI, SENAI ).
O Blog Pleno Poder, do Jornal da Paraíba, publicou esta semana, extratos bancários em que representante de construtora beneficiada com contrato na FIEP, realizou diversos depósitos e transferências , de valores que ultrapassam o montante de R$ 100 mil, na conta do atual presidente da Fiep, Buega Gadelha.
O atual presidente tem 28 anos a frente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, e mesmo diante dos escândalos, Buega insiste em disputar a presidência, para ficar mais quatro anos no comando da entidade, chegando a 32 anos no poder da Fiep.
Os escândalos revelados pelas Operações da Polícia Federal, as denúncias de peculato, corrupção, fraude em licitação para beneficiar construtoras, atingiram a classe industrial, ao ponto de um grupo se unir e lançar o nome do engenheiro Helder Campos, como candidato de oposição.
É um fato histórico. Depois de 74 anos ( a Fiep foi criada em 1949), pela primeira vez um grupo de industriais lança uma candidatura de oposição nas eleições da Federação das Indústrias.
Helder Campos Pereira, é engenheiro, construtor e incorporador, presidente do Sindicato da Indústria da Construção e Mobiliário do Estado da Paraíba.
As eleições ocorrem na próxima quarta-feira, dia 14, na sede do MPT, e 26 sindicatos têm direito a voto.