Ontem fui surpreendido com a notícia que o estádio do Campinense Clube, o Renatão, foi arrematado num leilão virtual em razão da execução de uma penhora promovida pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa)
Não quero entrar no mérito jurídico, nem tão pouco usar esse espaço para criticar as gestões do clube, mas sim, lamentar o ocorrido dizendo que o estádio , “O Renatão”, não pertence ao CNPJ do Campinense Clube e sim, aos milhares de CPFs dos torcedores da nação raposeira.
Esse foi um estádio construído com recursos doados por muita gente, amigos, empresários, populares, inclusive com muito do patrimônio do meu pai, homenageado com o nome do estádio. O primeiro gramado, por exemplo, foi doação minha e saiu do município de Touros no Rio Grande do Norte.
Agora como esquecer das manhãs, onde o popular anônimo do Pedegral chegava com três sacos de cimento num carrinho de mão procurando meu pai para ajudar na construção do sonho da Raposa ter um estádio, um CT digno?
Emocionante lembrar do José, do Antônio, do Manoel, do João que ajudaram a edificar o estádio e da Dona Maria, Dona Josefa que chegavam carinhosas com um cafezinho, um lanche para alimentar as dezenas de voluntários.
Na construção tinha até torcedor assistindo cada tijolo posto como se fosse um passe, uma assistência para o artilheiro fazer o gol e agora quer chegar o VAR da justiça dizendo que o estádio não é do raposeiro?
O Renatão é do povo, do raposeiro, do mais humilde torcedor, que muitas vezes tem na “Raposa Feroz” a única alegria numa tarde de domingo em uma vida repleta de dificuldades.
Não importa como, prefeito, governador ou juiz, que venha uma uma solução, o que não pode é o raposeiro ficar com o coração na mão.
A Cagepa fatura e lucra muito com Campina Grande e ferir assim um patrimônio imaterial da Cidade não é a solução, como também é preciso encontrar um caminho para o clube honrar com seus compromissos.
Enfim, diálogo, bom senso e sobretudo respeito com o verdadeiro dono do “Renatão”, o torcedor!
Um beijo do coração do meu amado e querido pai.
Por Renato Cunha Lima Filho