“Meus heróis morreram de overdose
Eh, meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver”. Cazuza!
…E pensar que um dia gostei da letra dessa música.
Meus heróis nunca morreram de overdose e meus “inimigos” são capazes até de matar por conta de ideologia e mais, nunca precisei de uma para viver. Para viver só preciso de água, comida, abrigo, liberdade e amor.
Toda polêmica entorno do abominável nazismo nos últimos dias, por conta das sandices proferidas em um programa de “podcast”, escondem algo que vai além da indignação natural com uma ideologia que exterminou mais de 6 milhões de seres humanos.
Digo isso, pois parece que temos agora uma ideologia do bem, o ódio do bem, o roubo do bem, a violência do bem, o cancelamento do bem. Algo que irrita, cansa a inteligência e desanima a alma.
Ora, a mesma revolta com a ideologia que dizimou 6 milhões de vidas humanas, deveríamos ter ainda mais com as ideologias que juntas foram responsáveis pelo genocídio de mais de 100 milhões de pessoas.
Como ter repulsa ao nazismo de Adolf Hitler sendo um comunista ou um socialista? Você sabe, por acaso, o quanto de gente Stalin matou na Rússia? E o Mao Tsé-Tung na China? O Che Guevara e o Fidel Castro em Cuba? E o Hugo Chaves e o Nicolas Maduro na Venezuela?
Incrível a lavagem cerebral, a sociopatia promovida pelas ideologias que foram responsáveis por diversos extermínios ao longo dos tempos.
Considero absolutamente válido e correto a criminalização do nazismo, mas no Brasil o comunismo é contraditoriamente aceito, com a existência de partidos comunistas e socialistas com seus adeptos exercendo mandatos eletivos.
Falando em contradição, hoje temos um ex-presidente falando em controle da mídia, quando diz defender a democracia e do outro lado, o atual presidente, que é atacado pela mídia todos os dias, enquanto defende a liberdade de imprensa. — “Pode isso Arnaldo?”
A ideologia, seja ela qual for, entorpece a razão ao ponto de fazer gente defender ladrão e assassino. Vejam como as ideologias embriagam as pessoas e cegam o pensamento.
Por conta das ideologias as pessoas queimam a bandeira da própria pátria, vandalizam patrimônio público e privado, brigam com familiares e amigos. Será que isso é saudável e normal?
Estamos em plena guerra cultural no mundo com ideologias antagônicas e visões de mundo absolutamente irreconciliáveis, dividindo famílias, sociedades, países e continentes.
Sinceramente, não sei onde essa guerra nos levará e quanto tempo essa insanidade vai perdurar. Só sei que me lembrei da fala do ator Matthew Broderick no papel de Ferris Bueller no clássico filme “Curtindo a Vida Adoidado” de 1986:
“Não apoio o fascismo, ou qualquer outro “ismo”. Na minha opinião, os “ismos” não prestam. Não se deve acreditar neles, mas sim em nós mesmos.”
Os diversos pontos de vista abordados a todo o momento, ainda mais com a amplificação das redes sociais, desencadeou na preocupação das pessoas em se encaixarem ou não em uma tribo, em uma bolha.
Uma situação que promove uma carência absurda, uma necessidade exacerbada por aceitação num grupo, no mercado de trabalho, na vida social – incluindo a amorosa, que acabam esbarrando nos ismos.
Não há tempo para escolher lados e quem não fizer sua escolha, vai ser deixado de lado. Ou a criatura pertence ao ismo A ou ao ismo B e inexoravelmente serão julgados por conceitos estabelecidos e inflexíveis com os tais cancelamentos, ofensas e violências diversas.
Algo tão raso, insano e idiota, que prefiro os conselhos bem humorados do Ferris Bueller, do citado filme dos anos 80:
“A vida passa muito depressa. Se não paramos para curti-la de vez em quando, ela passa e você nem vê!”
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