O ex-governador Ricardo Coutinho segue perdendo espaços importantes no cenário político e em seu próprio partido. Após ficar em sexto lugar nas eleições em João Pessoa e ser isolado na política da Paraíba, agora ele perde a presidência da Fundação João Mangabeira, onde chegou desde janeiro de 2019 salário de 34 mil mensais.
Nesta terça-feira, dia 23, a Fundação João Mangabeira escolheu seu novo presidente, o ex-governador de São Paulo, Márcio França.
Ricardo Coutinho foi preso em dezembro de 2019 acusado pela força-tarefa da Operação Calvário de chefiar uma organização criminosa responsável por desvios milionários na saúde e na educação do estado da Paraíba.
Após ser preso, denunciado e virar réu na Operação Calvário, Ricardo Coutinho, viu seus ex-aliados se afastarem, a exemplo do governador João Azevedo, que deixou o PSB e se filiou ao Cidadania. Veneziano Vital do Rego deixou o PSB e voltou ao MDB.
Deputados estaduais estão aguardando a janela ano que vem , também para deixar o PSB. O próprio deputado federal Gervásio Maia se afastou de Coutinho após as eleições municipais.
Ricardo Coutinho concorreu as eleições para prefeito de João Pessoa e ficou em sexto lugar, atrás de cinco concorrentes, Cícero Lucena (eleito prefeito), Nilvan Ferreira, Ruy Carneiro, Walber Virgolino, e Edilma Freire
VEJA NOTA PUBLICADA NO SITE NA FUNDAÇÃO JOÃO MANGABEIRA
O Conselho Curador da Fundação João Mangabeira (FJM) elegeu, por unanimidade, na tarde desta terça-feira (23), o ex-governador de São Paulo Márcio França como o novo presidente da instituição para o triênio 2021-2024. França sucede o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho.
Alexandre Navarro foi reeleito como diretor vice-presidente, e o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, escolhido diretor de Organização. A diretoria executiva ganhou novos integrantes. A porta-voz do PSB Palmas, advogada Amanda Sobreira foi eleita como diretora de Estudos e Pesquisas, antes ocupada por Amastha, e o professor e coordenador da FJM em São Paulo Mário Luiz Guide escolhido o novo diretor Financeiro.
O novo Conselho Fiscal foi eleito e empossado: Jônia Maria de Lima Pompeu, Alessandro Antônio Stefanutto e Thyago Henriques de Oliveira Madruga Freire (titulares) e Orlando José Felippe Castells e Luciana de Oliveira (suplentes).
Da mesma forma, foram escolhidos os membros do Conselho Curador para o novo triênio, sob a presidência de Carlos Siqueira e formado por Álvaro Cabral, Adilson Gomes da Silva, Dalvino Troccoli Franca, Francisco Cortez, Gabriel Maia Gelpke, James Lewis Gorman Junior, Joilson Cardoso do Nascimento, Manoel A. Vieira Alexandre, Maria Cristina do R. Almeida, Serafim Fernandes Corrêa, Silvânio Medeiros dos Santos, Vera Regina Muller, João Vicente, Silvio Humberto e Yara Gouvêa. São suplentes: Felipe Rocha Martins, a secretária nacional do LGBT Socialista, Tathiane Aquino de Araújo, o presidente do PSB-DF, Rodrigo Dias, a jornalista Margareth Maria Vitória Santos, e Jairon Nascimento.
Na reunião, realizada virtualmente, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, destacou a carreira política e a trajetória de Márcio França dentro do partido desde sua juventude.
“Fico muito alegre em ter o Márcio como novo presidente da Fundação. Desejo que ele possa impulsionar ainda mais os trabalhos que já foram feitos por mim, pelo Renato Casagrande, pelo Ricardo Coutinho e outros diretores-presidentes e membros do Conselho Curador. Tenho absoluta certeza de que a Fundação João Mangabeira sob a presidência do Márcio França está em boas mãos e podemos confiar que ela será impulsionada a ser melhor ainda”, afirmou.
Siqueira ressaltou ainda o compromisso da FJM de se dedicar este ano a contribuir com o processo de autorreforma do PSB e de renovação não apenas de ideias, mas também de novos integrantes. “É dos jovens que nós precisamos. A autorreforma não pode ser apenas no papel, ela precisa ser na prática e tem que colocar oportunidade, temos que dar esse tom de juventude”, defendeu.
Foto: Humberto Pradera
O socialista ainda agradeceu a Ricardo Coutinho e Fábio Maia pela condução da FJM durante a última gestão. “Quero dizer que foi muito importante a passagem deles pela nossa Fundação e reiterar nossos agradecimentos.”
Márcio França agradeceu a confiança e a indicação de seu nome para presidir a FJM e demonstrou sua alegria em ocupar essa função no partido depois de tantos anos de vida política pública.
Ele defendeu que a FJM crie mecanismos pedagógicos, como cursos de extensão e graduação em administração pública para formar pessoas do partido para futuras gestões socialistas em prefeituras e governos.
Para ele, diante da crise política que vive o país, nunca foi tão necessário ressaltar a importância do papel da Fundação na formação política e repensar a maneira de trazer os jovens para a política.
“Espero que nós possamos, pela Fundação, ajudar mais uma vez o partido a encontrar um rumo importante, aumentando as nossas bancadas, ganhando vários governos, e mostrando para as pessoas que esse formato de que quando se vota em alguém precisa pensar nas consequências”, disse referindo-se à eleição do extremista Jair Bolsonaro.
“Nós temos que ajudar, com a Fundação, a esclarecer e mostrar o socialismo democrático, o socialismo que dá certo e mostrar que é possível ter desenvolvimento econômico com equilíbrio social. É essa a nossa tarefa e é assim que eu pretendo cumpri-la”, finalizou França